Rio, 26 - Um dia após a operação que terminou com a morte de um garoto de 3 anos, o policiamento continuou reforçado nesta quinta-feira, 26, no Morro da Quitanda, em Costa Barros, na zona norte do Rio. Luis Felipe Rangel Bento foi atingido por um tiro na cabeça enquanto dormia, dentro de sua casa. A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil investiga o caso para saber de onde partiu o disparo - já que houve troca de tiros entre militares e criminosos.
Segundo a polícia, familiares de Luis Felipe, testemunhas e 15 PMs envolvidos na operação "estão sendo ouvidos". A assessoria de imprensa da Polícia Civil não informou quantos já tinham prestado depoimento até esta quinta. "As armas dos PMs foram apreendidas e encaminhadas à perícia", informou. Agentes da DH estiveram também no local do tiroteio e na casa da criança para periciar a cena do crime.
A família de Luis Felipe encontrou dificuldades para conseguir a liberação do corpo porque o garoto de 3 anos não tinha certidão de nascimento. Só no meio da tarde o corpo foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) e encaminhado, segundo a unidade, para o cemitério de Irajá, na zona norte do Rio, a cerca de 6 km de Costa Barros, onde mora a família da criança.
Apesar do policiamento reforçado, a PM informou que não foi realizada nova operação na comunidade. Desde a semana passada, militares do 41º BPM (Irajá) faziam operações contra uma quadrilha que estaria roubando veículos de carga e transportando as mercadorias para dentro da favela. Na quarta-feira, os policiais teriam sido recebidos a tiros quando chegavam para o patrulhamento com um blindado. No tiroteio, Luis Felipe foi atingido e morreu. Revoltados, moradores fizeram um protesto: fecharam ruas, depredaram ônibus e carros e bloquearam a linha férrea. Dois moradores foram feridos de raspão por tiros durante a manifestação.