O evento, organizado por anarcopunks, estava em sua 11ª edição e homenageava o adestrador Edson Neri, assassinado por skinheads na Praça da República, na região central, em fevereiro de 2000. Duas pessoas ficaram gravemente feridas, entre elas Isaías Lázaro Lopes, que foi esfaqueado na testa e teve o crânio perfurado.
Em sua sentença, o juiz Fernando Oliveira Camargo ressalta a periculosidade dos acusados, "adeptos a grupos que disseminam discriminação entre pessoas, contra objetivo fundamental da República Federativa do Brasil".
"As vítimas de tentativa de homicídio estão vivas e atemorizadas, razão pela qual se mostra inadequado manter os acusados em liberdade. Trata-se ainda de crime de ódio que justifica ainda mais a segregação cautelar dos acusados", afirma o juiz.
Caso
No dia 26 de fevereiro de 2011, cerca de 25 pessoas assistiam às apresentações de bandas punks em um prédio na Rua das Carmelitas, no centro de São Paulo, durante o evento Jornada Antifascista. Um grupo de cerca de dez skinheads atacou primeiro o deficiente físico Marcio da Silva de Oliveira, na época com 25 anos, com um taco de beisebol e socos ingleses.
Segundo o promotor de Justiça Fernando Cesar Bolque, os criminosos tentaram ainda tirar a perna mecânica de Oliveira, o que gerou revolta das outras pessoas que estavam ali.
O grupo foi caminhando em direção ao Terminal Parque Dom Pedro, onde câmeras de segurança gravaram os acusados "enfileirados" e, depois do confronto com outras pessoas, guardando objetos dentro de um case de violão. Após as agressões, eles tentaram fugir, mas Gonzalez, Nascimento e Moreira foram presos com os objetos no terminal.