Um grupo de 100 pessoas fez manifestação na manhã desta sexta-feira (4) na orla de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, contra os gastos públicos com a Copa, as remoções oriundas dos megaeventos e a privatização do futebol.
Com instrumentos musicais, bandeiras e cartazes, eles cantaram palavras de ordem em prol dos direitos humanos, educação e saúde de qualidade.
O grupo fez uma breve parada em frente ao Hotel Copacabana Palace, onde estão hospedados os funcionários do alto escalão da Federação Internacional de Futebol. Lá, eles se juntaram a outros manifestantes que deixaram cruzes na areia da praia em frente ao hotel, para simbolizar as remoções feitas no Rio para obras do Mundial.
Uma final de futebol entre os times da Fifa e do Povo foi encenada em uma das vias da orla fechada devido ao feriado decretado pela prefeitura. Na partida fictícia a Fifa ganhou por vários gols e o time do Povo acabou estirado no asfalto.
Para um dos organizadores do ato, Carlos Serrano, que também faz parte do Comitê Popular da Copa, as manifestações buscam alertar à população para que as ilegalidades cometidas neste Mundial não ocorram nas Olimpíadas de 2016.
“Viemos protestando bem antes da Copa. As manifestações já espelhavam o desejo popular de que os recursos deveriam ser utilizados para o atendimento de suas necessidades. Os problemas não param na Copa.
Vários turistas fotografaram e filmaram a manifestação. Alguns pediam informação sobre o protesto. Uma servidora do Instituto Nacional do Câncer, que faz parte do movimento de greve, explicava a situação da saúde pública no Brasil para o turista argentino Oscar Varela, da cidade de Córdoba.
"Achei os motivos muito justos. Eles têm todo o meu apoio. Na Argentina temos educação e saúde gratuita. Precisa melhorar, mas é decente. Acho muito bom que os brasileiros lutem por estes direitos" disse.
Dentro da Fifa Fan Fest os milhares de torcedores ignoravam a existência dos manifestantes. Eles festejavam, embalados pela Escola de Samba de Padre Miguel, no palco..