Os rodoviários entraram em greve nesta segunda-feira, paralisando as atividades na região metropolitana de João Pessoa, o que motivou o pedido de abusividade de greve pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros no Município de João Pessoa (Sintur-JP) e pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado da Paraíba (Setrans-PB).
Apesar de determinar o funcionamento de parte do serviço, o desembargador Ubiratan Delgado não declarou a greve abusiva.
Os sindicatos patronais pediram que 95% dos trabalhadores voltassem às atividades, mas o desembargador considerou que 60% do efetivo trabalhando “não frustra o direito constitucional de greve e, ao mesmo tempo, possibilita aos empregados das suscitadas a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”.
O Procon Municipal já havia notificado os sindicatos das empresas e dos rodoviários e a direção de cada uma das oito companhias de transporte para que garantissem o mínimo de 30% da frota em circulação durante a greve. O descumprimento da medida será penalizado com multa de R$50 mil diários.
A paralisação de cerca de 5 mil rodoviários afeta 260 mil usuários de ônibus de João Pessoa, além dos que precisam ir ou vir a Bayeux, Santa Rita, Cabedelo e Conde, na região metropolitana. Segundo os sindicatos dos rodoviários e das empresas de ônibus, praticamente toda a categoria cruzou os braços durante esta manhã, fazendo com que os 468 ônibus que normalmente circulam em um dia útil ficassem parados nas garagens.
A categoria reivindica aumento salarial de 14%, tíquete-alimentação de R$500 e que os empregadores arquem com os custos totais do plano de saúde – hoje, pagos integralmente pelos trabalhadores. Os empresários, por sua vez, ofereceram um reajuste salarial que pode chegar a 6,5% e pediram mais tempo para que as partes continuem negociando outros itens da pauta.
Procurado, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transportes Coletivos Rodoviários de Passageiros e Cargas no Estado da Paraíba não foi encontrado para comentar a decisão judicial. Uma audiência de conciliação está marcada para esta terça-feira, às 10h, na sede do TRT-PB..