Embalados pelas comemorações antes, durante e após os jogos da Copa do Mundo, condutores brasilienses parecem ter se esquecido da proibição de dirigir alcoolizado. Desde o início da competição, em 12 de junho, houve 588 flagrantes de pessoas ao volante sob o efeito de bebida alcoólica, uma média diária de 28 casos. Número tão alto só se viu em 2010, quando Brasília se destacou no cenário nacional pela rigidez na fiscalização de infratores. Naquele ano, foram 10.002 autuações por alcoolemia.
O balanço é parcial e contém os flagrantes feitos pelo Departamento de Trânsito (Detran), pelo Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran), pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Entre as rodovias federais que cortam o DF, a maior incidência de motoristas pegos pela PRF alcoolizados foram aquelas que levam a Minas Gerais (BR-040), a Goiânia (BR-060), a Pirenópolis (BR-070) e a Formosa (BR-020).
Os números obtidos com exclusividade pelo Correio mostram que cerca de 500 notificações foram feitas apenas por servidores do Detran, do DER e do BPTran. “Ainda não fechamos o balanço porque estão todos envolvidos nas operações da Copa do Mundo. Mas, desde o acidente que matou mãe e filha em Águas Claras, no Dia das Mães, determinei que o combate à alcoolemia fosse intensificado”, disse o diretor-geral do Detran, Rômulo Félix. Segundo ele, se o Brasil vencer a Alemanha e passar para a final, a fiscalização será ainda mais rigorosa. No último dia 15, duas mulheres ficaram feridas em um acidente provocado por um condutor embriagado, no Riacho Fundo 2.