Problemas recentes de distribuição do remédio para tratar a tuberculose, um composto de quatro antibióticos que só é fornecido pela rede pública de saúde, tornam cada vez mais urgente que o Brasil tenha produção independente do medicamento. Segundo Carlos Brasília, coordenador do Observatório Tuberculose Brasil, vinculado à Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), houve registros de desabastecimento da droga em São Paulo. Isso ocorre três meses depois de os municípios do Rio de Janeiro e de Petrolina (PE) terem passado por situação semelhante. Basília afirma também que um dos testes usados para fazer o diagnóstico da doença está em falta.
Sobre a produção interna do medicamento, de acordo com Barreira, a tecnologia e os insumos não são o problema. O que falta é encontrar um local exclusivo para processar a rifampicina, um dos ingredientes da droga, crucial no tratamento de 80 mil pacientes. Segundo ele, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), da Fiocruz, vem tentando fazer uma parceria com o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército ou com outra instituição pública do setor para fabricar a rifampicina. Até dois anos atrás, o principal empecilho para produzir o composto usado contra a tuberculose no Brasil era uma resolução da Anvisa que proibia a junção de quatro drogas em uma mesma apresentação. Devido à necessidade de se fazer o remédio para a doença, essa regra caiu.