Uma manifestação pelo fim da violência policial contra os movimentos sociais interrompeu o trânsito em frente à Secretaria de Estado de Segurança Pública de São Paulo (SSP) na noite dessa quinta-feira.
Uma comissão de dez ativistas apresentou à secretaria sete casos em que, segundo os movimentos, houve excesso na ação policial. “A gente precisa definitivamente mudar os padrões da Polícia Militar (PM), principalmente no que diz respeito aos grupos mais vulneráveis: famílias sem-teto, população em situação de rua. Pessoas que às vezes precisam do apoio da polícia e são violentadas e agredidas”, ressaltou Benedito Barbosa, advogado do Centro Gaspar Garcia.
Barbosa foi agredido ao prestar assistência a famílias despejadas em uma reintegração de posse na Rua Aurora, centro paulistano, no último dia 25. “Cheguei por volta das 7h. A conselheira tutelar me informou que as famílias estavam sendo agredidas pela polícia, porque as portas estavam sendo derrubadas e tudo mais. Eu fui na porta para tentar entrar no local.
No encontro, ficou acertada uma nova reunião para segunda-feira (14) onde serão estabelecidos os termos para uma audiência pública em que os problemas serão discutidos não só com Grella, mas também com o comando da PM. “Porque passar só com o secretário acaba virando só uma conversa. O pessoal quer que a decisão chegue na ponta, porque entre o discurso e a ponta tem muita contradição”, explicou o militante do Centro Gaspar Garcia, Luiz Kohara.
A garoa e o frio fizeram com que o coletivo Se Não Tiver Direitos, Não Vai Ter Copa cancelasse outro protesto marcado para acontecer na Praça Roosevelt, também no centro, na noite de hoje. A manifestação iria cobrar a libertação de Fábio Hideki e Rafael Marques, presos em um protesto contra os gastos para realização da Copa do Mundo no dia 23 de junho..