Uma manifestação pelo fim da violência policial contra os movimentos sociais interrompeu o trânsito em frente à Secretaria de Estado de Segurança Pública de São Paulo (SSP) na noite dessa quinta-feira. Concentrados no Largo São Francisco, centro da capital, militantes de diversos movimentos sociais acabaram conseguindo uma reunião com a assessoria do secretário, Fernando Grella. Participaram do ato a Central de Movimentos Populares, o Centro de Direitos Humanos – Gaspar Garcia, a Frente de Luta por Moradia e a União dos Movimentos de Moradia da Grande São Paulo e Interior.
Barbosa foi agredido ao prestar assistência a famílias despejadas em uma reintegração de posse na Rua Aurora, centro paulistano, no último dia 25. “Cheguei por volta das 7h. A conselheira tutelar me informou que as famílias estavam sendo agredidas pela polícia, porque as portas estavam sendo derrubadas e tudo mais. Eu fui na porta para tentar entrar no local. Eles disseram que eu não ia entrar. Quando eu me dirigi até a porta, para entrar, eles me pegaram pelo pescoço, num mata-leão”, relatou. A agressão contra o advogado foi um dos casos que motivaram o protesto de hoje.
No encontro, ficou acertada uma nova reunião para segunda-feira (14) onde serão estabelecidos os termos para uma audiência pública em que os problemas serão discutidos não só com Grella, mas também com o comando da PM. “Porque passar só com o secretário acaba virando só uma conversa. O pessoal quer que a decisão chegue na ponta, porque entre o discurso e a ponta tem muita contradição”, explicou o militante do Centro Gaspar Garcia, Luiz Kohara.
A garoa e o frio fizeram com que o coletivo Se Não Tiver Direitos, Não Vai Ter Copa cancelasse outro protesto marcado para acontecer na Praça Roosevelt, também no centro, na noite de hoje. A manifestação iria cobrar a libertação de Fábio Hideki e Rafael Marques, presos em um protesto contra os gastos para realização da Copa do Mundo no dia 23 de junho.