Rio – A Polícia Civil prendeu, na manhã de ontem, 19 pessoas suspeitas de envolvimento em atos de vandalismo durante protestos realizados desde junho do ano passado. Entre os detidos estão um professor de história, cujo nome não foi divulgado, e a ativista Elisa Quadros Pinto Sanzi, de 28 anos, a Sininho. Ela foi detida em Porto Alegre (RS), na casa do namorado, segundo informou a polícia. Na operação, foram apreendidos máscaras de proteção contra gás lacrimogêneo, explosivos e arma de fogo, além de computadores e celulares. A ação policial ocorre às véspera da final da Copa do Mundo, entre Alemanha e Argentina, no estádio do Maracanã, hoje, quando também será feita a cerimônia de encerramento do evento. Pelo menos dois protestos foram marcados em redes sociais para hoje.
A 27ª Vara Criminal da capital expediu 26 mandados de prisão temporária e dois de busca e apreensão de menores. De acordo com a polícia, outras duas pessoas foram presas em flagrante e nove estavam foragidas até as 13h. Em notas públicas, ONGs repudiaram as prisões de ativistas.
Ação semelhante ocorreu na véspera da abertura do Mundial. Na ocasião, 10 ativistas foram levados para a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), na Cidade da Polícia, para prestar esclarecimentos. Segundo os policiais, eles seriam ligados ao movimento Black Bloc. Entre eles também estava a militante Sininho. A ativista é produtora de cinema e tem participação ativa em protestos no Rio que tiveram início antes da Copa das Confederações. A jovem integrou o movimento Ocupa Câmara, que montou acampamento em frente à Câmara Municipal em defesa da CPI dos Ônibus, suspensa por decisão judicial.
Em outubro do ano passado, Sininho foi presa junto com outras 63 pessoas que participavam do movimento. Autuada por formação de quadrilha ou bando, a jovem foi levada para o sistema prisional. Na ocasião, a então advogada da ativista, Larissa Azevedo, disse que Sininho havia sido presa por PMs e levada para a delegacia de forma arbitrária.
Denúncia O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou à Justiça os dois manifestantes presos em flagrante no dia 23 de junho, durante protesto contra a realização da Copa do Mundo. O funcionário da Universidade de São Paulo (USP) Fábio Hideki Harano, de 26, e o professor Rafael Marques Lusvargh, de 29, foram presos em flagrante e indiciados por associação criminosa quando estavam no protesto na Avenida Paulista, região central de São Paulo.
Os dois foram denunciados por incitação ao crime, associação criminosa armada e posse de artefato explosivo. Fábio Harano também foi denunciado por desobediência. Se condenados, as penas podem variar de cinco a 14 anos de prisão. A denúncia, oferecida à 10ª Vara Criminal da capital, tem como base investigação feita pela Polícia Civil, que levou à prisão em flagrante dos dois homens..