Para a Ordem dos Advogados do Brasil Seção do Rio de Janeiro as prisões de 17 ativistas e a apreensão de outros dois feitas ontem (12) pelo Polícia Civil do estado, com base na acusação de crime de formação de quadrilha armada “parecem ter caráter intimidatório, considerando-se que uma manifestação foi convocada para a manhã de hoje (13)”. Assinada pelo presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, a nota demonstra a preocupação da entidade com as prisões e repudia o que considera uma “violação às prerrogativas profissionais dos advogados que estão atuando em favor das pessoas presas”.
A nota conclui afirmando que “por meio de suas comissões de Direitos Humanos e de Prerrogativas, a OAB/RJ agirá, como sempre agiu, para impedir arbitrariedades por parte do Estado”. A entidade ainda não informou se vai entrar com pedido de soltura dos ativistas presos e diz que aguarda para a manhã de hoje transferência dos detidos da Cidade da Polícia, no Jacarézinho, na zona norte, para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste.
No início da madrugada de hoje políticos também divulgaram nota de repúdio às prisões, que consideram arbitrárias. O documento é assinado pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), pelos deputados federais Jean Wyllys e Chico Alencar, ambos do PSOL-RJ, além de Tarciso Motta e Luiz Eduardo Soares.
Segundo eles, “enquanto os brasileiros sofrem com a derrota da seleção, um resultado muito mais grave está sendo engendrado: a derrota da democracia e da Constituição". O documento afirma que "por razões políticas", pessoas foram presas, com base em mandados de prisão temporária, "evidenciando mobilização orquestrada com participação governamental”.