Jornal Estado de Minas

Copacabana recebe multidões de argentinos

Os hermanos já estão na orla há dias, dormindo nas areias ou nos automóveis. Em algumas ruas há mais placas de carro do país vizinho do que de brasileiros

Agência Brasil
Multidões de argentinos chegam à Copacabananeste domingo, zona sul do Rio de Janeiro, nesta manhã de metrô, ônibus e mesmo a pé.
Muitos já estão na orla há dias, dormindo nas areias ou nos automóveis. Em algumas ruas há mais placas de carro do país vizinho do que de brasileiros.

O argentino Fernando Kober, dorme há uma semana com dois irmãos e três primos em uma van. "Primeiro fomos para o Sambódromo (centro). Mas aqui na praia é mais lindo. Fomos multados um dia, mas agora conseguimos uma boa vaga", disse ele ao mostrar as camas improvisadas e o pequeno fogão que o grupo vem utilizando para cozinhar. "Tudo vale a pena para ver a Argentina ganhar. E vão ganhar de 2 a 1", arriscou ele.


Os bares e lanchonetes estão lotados e algumas ruas interditadas por pessoas que se dirigem rumo à praia. "Parece 31 de dezembro", comentou um taxista com um colega no ponto da Rua Rodolfo Dantas, que liga e estação de metrô Cardeal Arco Verde à orla. "Uma festa de réveillon para argentinos", completou.

Em menor número, um grupo de 200 torcedores alemães ocupou uma das vias da orla Leme, bairro vizinho de Copacabana, cantando e agitando as bandeiras da Alemanha. Eles caminharam pelas ruas de Copacabana até o metrô. O torcedor Timo Roder explicou que o grupo vai ao Estádio do Maracanã assistir ao jogo. "Vamos ver a Alemanha vencer", disse ele."Por isso cantamos e fazemos está manifestação pacífica" comentou. Em vários momentos, o grupo gritou Rio de Janeiro, recebendo palmas de brasileiros que acompanhavam e fotografavam a manifestação.

Em alguns trechos, grupos de argentinos provocavam os alemães com bom humor e canções. Os alemães revidavam cantando Não chore por mim Argentina.

Já na Fifa Fan Fest as areias estão tomadas pelas cores azul e branco. A fila para entrar também é com camisas da seleção argentina. Martin Solano que chegou ontem de Buenos Aires e está hospedado no Catete, zona sul, chegou bem cedo em Copacabana para garantir um lugar perto do telão. "Estou me sentindo em casa" comentou ele. "Nunca pensei que fosse encontrar tantos hermanos. Se ganharmos, o Rio de Janeiro será uma grande festa azul e branco", comentou ele.

Moradora do bairro, a aposentada Sônia Lima disse que está adorando a presença dos turistas.
"Já estou com 70 anos. Nunca mais terei a oportunidade de ver esta bagunça tão animada e por isso tenho saído todos os dias para ver a festa de perto", contou..