Jornal Estado de Minas

Polícia dispersa com bombas manifestação contra a Copa no Rio de Janeiro

Os manifestantes pretendiam seguir em direção ao Estádio Maracanã, mas foram impedidos por um forte esquema de segurança

Agência Brasil
Bombas foram jogadas por policiais para conter o avanço da manifestação - Foto: YASUYOSHI CHIBA / AFP

Policiais militares dispersaram com uso de bombas de gás e de efeito moral um protesto contra a Copa que acontecia na Praça Saens Peña. Os manifestantes pretendiam seguir em direção ao Estádio Maracanã, mas foram impedidos por um forte esquema de segurança. Os policiais contam com auxílio de homens da Força Nacional e bloquearam todas as ruas no entorno da praça, para impedir que os manifestantes se desloquem.

Veja as imagens da manifestação

Homens do Batalhão de Choque e da Cavalaria também reforçam o efetivo. Os manifestantes pedem a libertação de 19 ativistas políticos contrários ao evento que foram presos nesse sábado em uma operação da Polícia Civil. Eles estão com a prisão temporária decretada pelo juíz da 27ª Vara Criminal da Capital.

Pelo menos dez bombas já foram lançadas e um grupo de ativistas foi perseguido até dentro da estação de metrô da Saens Peña, que em seguida foi fechada. Manifestantes foram agredidos com golpes de cassetetes e o grupo se dispersou, tentando fugir. A cavalaria partiu para cima de manifestantes e perto dali uma mulher corria desesperada, com a filha no colo, pedindo abrigo.

Policiais obrigam manifestantes a sentar no chão, inclusive uma senhora. Dezenas de pessoas correm em todas as direções e pedem socorro.

Pelo menos cinco pessoas foram detidas e dezenas foram agredidas com golpes de cassetetes e pontapés. O fotógrafo Samuel Tosta ficou ferido nas costas, atingido por estilhaços de uma bomba. De acordo com a advogado Caroline Bispo, um manifestante teve o braço quebrado e outro, um dente quebrado.

Antes do início da repressão, manifestantes gritavam: "Ei, polícia, liberdade já. Lutar não é crime. Vocês vão nos pagar", em referência aos grupo de ativistas detido na véspera. Por volta de 15 horas, cerca de 20 minutos após o ato, teve início a repressão. Antes, porém, o grupo já estava fechado. A ordem do Comando da Polícia é não deixar o grupo se afastar da praça. Por volta de 15h30, a situação estava mais calma, mas ativistas continuavam sendo revistados.

Um grande aparato policial faz o cerco das áreas próximas ao Estádio Maracanã - Foto: YASUYOSHI CHIBA / AFP

Outro ato


Mais cedo, o Comitê Popular da Copa promoveu manifestação na Praça Afonso Pena, na Tijuca, contra o fim dos despejos e remoções forçadas, a desmilitarização das polícias e a democratização dos meios de comunicação, além da soltura dos ativistas.


O representante do Comitê Popular da Copa, Hertz Viana Leal, disse que o protesto é contra os gastos execssivos na construção dos estádios, por maior participação dos movimentos populares em decisões de governo e pelo direito à manifestação. "Hoje, em especial, estamos nas ruas para pedir a liberdade de 19 companheiros que estão presos por se manifestar e ter uma posição mais contundente nas ruas. Uma das bandeiras principais é pela liberdade dos presos presos políticos".

Leal disse ainda que o grupo Copa na Rua disse apoia a luta dos manifestantes por uma cidade mais democrática. "Daqui, nós vamos para a Praça Saenz Peña, onde também está havendo uma manifestação que é do pessoal das favelas", disse. "Enquanto houver violência policial não há democracia", concluiu.

A passeata seguiu pacífica em direção a Praça Saenz Peña.
Os manifestantes seguiram tranquilamente com faixas e cartazes com os dizeres: "Protesto não é crime" e "Libertem os presos políticos. Ditadura nunca mais!"..