As 17 pessoas presas no último sábado, 12, no Rio, sob a acusação de formação de quadrilha armada, por suposta participação em atos violentos durante manifestações de rua, estão sendo mantidas em celas separadas dos demais detentos. As oito mulheres estão numa mesma cela da Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza e os nove homens em celas individuais da Cadeia Pública José Frederico Marques - as duas no complexo de Bangu.
A Justiça negou os pedidos de habeas-corpus e de relaxamento das prisões temporárias. Os advogados estão recorrendo. "O Judiciário está tratando com morosidade. Não estão dando a atenção que merece um caso de arbitrariedade", criticou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Marcelo Chalréo. "Pelo menos estão em setores separados dos presos comuns. A prisão já foi um absurdo; se ficassem misturados, seria mais um absurdo", comentou.
As prisões foram determinadas pelo juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal. Ele considerou serem "imprescindíveis para o aprofundamento das investigações" e para a manutenção da ordem durante a final da Copa, uma vez que havia indícios de que os ativistas agiriam com "extrema violência" em manifestações antiCopa na final do Mundial, domingo, realizada no Maracanã.
Os argumentos foram rechaçados pela Anistia Internacional e a Justiça Global, ONGs defensoras dos direitos humanos, que tacharam as prisões de intimidatórias e antidemocráticas.
Movimentos sociais marcaram reunião para a noite desta segunda-feira, 14, para organizar um ato pela liberdade de todo o grupo, que é integrado também por estudantes, professores e pelo menos uma advogada..