Segundo o manifesto, o inquérito se transformou em um instrumento para reprimir e criminalizar movimentos legítimos, que agem de acordo com a Constituição. "Chegou-se ao absurdo de proceder à busca e apreensão de livros na casa de alguns ‘investigados’", afirma o texto.
"No decreto de instauração (do inquérito), está expresso o objetivo ilegal de investigar ‘indivíduos (que) atuam de forma organizada com o objetivo de questionar o sistema vigente’, sem a indicação de nenhum fato específico que constitua crime", afirma o texto. Por fim, o manifesto lembra que a maior parte dos investigados no inquérito, que já foram convocados para prestar esclarecimentos, foi presa ilegalmente - detida na chamada "prisão para averiguação".
Entre os signatários do manifesto, há membros da Defensoria Pública do Estado e professores da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP).
O advogado Alexandre Pacheco Martins diz que o manifesto será enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Quando o tribunal voltar do recesso, em agosto, o texto será entregue para apoiar um habeas-corpus do MPL que pede o encerramento do inquérito", disse.
O inquérito do Deic tem cerca de 300 nomes. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) diz que "as investigações no inquérito policial são legais e realizadas sob o controle do Ministério Público e Poder Judiciário que, em momento algum, se manifestaram contrariamente aos trabalhos de apuração".
Preso
Nesta quarta-feira, 16,, na Faculdade de Direito da USP, um ato pediu a soltura do funcionário público Fabio Hideki, preso pela polícia acusado de ser um black bloc. O padre Julio Lancelotti, da Pastoral dos Moradores de Rua, afirmou que acompanhou a prisão do rapaz. A polícia alega que ele tinha material explosivo e, por isso, foi preso em flagrante no dia 26 de junho.