Dezoito dos 23 ativistas que tiveram a prisão preventiva decretada na noite desta sexta-feira são considerados foragidos pela Justiça. Equipes da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática tentaram cumprir os mandados de prisão na manhã de sábado, mas nenhum deles foi encontrado.
Os cinco mandados cumpridos são de militantes que já estavam presos: Elisa de Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, Igor Pereira D'Icarahy e Camila Aparecida Rodrigues Jourdan, e os dois acusados de matar o cinegrafista Santiago Andrade, Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva Rangel.
O juiz da 27ª Vara Criminal, Flávio Itabaiana, decretou a prisão preventiva no mesmo dia em que o desembargador Siro Darlan havia concedido habeas corpus aos manifestantes presos desde 12 de julho, véspera da final do Brasil, sob argumento de que haveria “sério indícios” de que planejavam “atos de extrema violência para os próximos dias”. Nesta sexta-feira, na decisão em que determina a prisão preventiva, o juiz Itabaiana afirma que “a periculosidade dos acusados põe em risco a ordem pública”.
A ONG Justiça Global encaminhou para o Ministério da Justiça, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Conselho Nacional de Direitos Humanos ofícios cobrando providências em relação às “prisões políticas” ocorridas no Rio.
“A prisão arbitrária de manifestantes e de defensores de diretos humanos que atuam através dos movimentos sociais e de organizações políticas representa uma violação à defesa e garantia dos direitos. O que apontamos, portanto, é que este inquérito visa tão só a desmobilização, deslegitimação, intimidação e criminalização de defensores de direitos humanos, representando grave violação por parte do estado do Rio de Janeiro, principalmente ao tratá-los enquanto associação criminosa”, diz o texto enviado.