Três ministros do governo Dilma Rousseff questionaram nesta quinta-feira, 24, o relatório das Nações Unidas que classifica o País como 79º colocado no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), afirmando que os indicadores de saúde e educação estão desatualizados. Sem disfarçar a irritação, eles apresentaram um relatório alternativo em que o Brasil subiria 11 posições, passando a figurar como país de desenvolvimento humano muito alto. Participaram da coletiva de imprensa para comentar o assunto os ministros da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
No caso da esperança de vida ao nascer, o governo afirma que o PNUD adotou dados de 2010. O Ministério da Saúde, no entanto, garantiu que já estavam disponíveis dados de 2013. Para o cálculo dos anos esperados de escolaridade, o PNUD teria desconsiderado as matrículas das crianças a partir de cinco anos, incluindo, portanto, as que estão nas creches. O governo alega ainda que, no caso de média de anos de estudo da população adulta, a ONU usou dados brasileiros de 2009 quando o governo já teria os de 2012.
"O IDH brasileiro não reflete o que ocorreu nos últimos quatro anos, pois os dados estão desatualizados", afirmou a ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. A ministra afirmou que "dezenas" de países apareceram no ranking com dados atualizados, o que deixaria o Brasil numa situação desfavorável no momento do cálculo do ranking.
Para ela, o mais importante é a média geral que teria sido alcançada pelo País, de 0,764. O cálculo com a nova posição brasileira feita pela equipe do governo está sujeito a incorreções, ponderou, porque outros países podem ter sido vítimas do mesmo problema de desatualização de dados, como ocorreu com o Brasil. "A discussão não é de ranking, mas é de quanto avançamos no IDH", completou.
O ministro da Educação, Henrique Paim, afirmou que o Brasil já atingiu um índice de expectativa de anos de estudos elevado, de 16,3, próximo ao dos Estados Unidos, que é de 16,5. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, por sua vez, citou a redução dos índices de mortalidade infantil.
O PNUD deverá divulgar nas próximas horas um comunicado em resposta às críticas do governo brasileiro.