Human Rights Watch observa que os abusos ocorreram muitas vezes nas primeiras 24 horas de custódia e ressalta que se pode esperar até três vezes ou mais para ficar à frente de um juiz - e poder denunciar abusos cometidos. A ONG solicitou ao Senado que aprove uma lei que obrigue os suspeitos a serem apresentados a um magistrado em um prazo de 24 horas. "Quanto mais se demora, menor a probabilidade de que se denunciem maus-tratos", destacou a diretora para o Brasil, Maria Laura Canineu.
A ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos, elogiou o relatório. "Ajuda a centrar a atenção no que dizemos há anos: que, por causa de muitos fatores, como várias ditaduras militares, desafortunadamente a tortura se converteu em algo aceitável e uma prática arraigada no País."
São Paulo. Conforme a Human Rights, entre janeiro de 2011 e julho de 2013, autoridades policiais paulistas receberam 122 denúncias de tortura, lesões corporais e maus-tratos e não há notícia de "nenhuma sanção contra os autores".
Procurado, o governador Geraldo Alckmin disse desconhecer o estudo. No entanto, ele afirmou que o Estado tem a "melhor e maior Corregedoria" do Brasil e os abusos são pontuais e "rigorosamente" punidos..