O porte de explosivos foi usado pela polícia em inquérito para justificar os pedidos de prisão. Mas, segundo o IC e o Gate, o material não tinha nem sequer poder incendiário. O IC revelou que o material apreendido com os jovens era "inerte", com partículas de substâncias como potássio e composto de carbono. Depois, peritos do Gate assinalaram que os artefatos não provocariam "ofensa à integridade física nem tinham capacidade explosiva".
Os relatórios do IC e do Gate foram encaminhados ontem à Polícia Civil. Cópias foram enviadas aos advogados dos presos. Os dois acusados declararam em depoimento que não eram "black blocs" e que tinham sido humilhados pela Polícia Civil após a prisão. O porte de explosivos pode resultar em prisão de até seis anos, em regime fechado.
As defesas devem apresentar hoje novo pedido de liberdade dos réus.
Sub judice
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que "os fatos estão sub judice e foram objeto de denúncias oferecidas pelo Ministério Público Estadual ao Poder Judiciário, que manteve as prisões preventivas" dos dois. "As denúncias, que não se baseiam apenas em objetos encontrados com ambos, se converteram em processos judiciais, nos quais Harano e Lusvarghi figuram como réus."
Sobre a acusação de agressão ao manifestante, a SSP havia afirmado, na semana passada, que não tinha registro do caso..