As mortes em série que chocaram Goiânia podem ser incluídas em um contexto mais complexo de impunidades. Além da sequência de 12 execuções por motociclistas armados, a cidade convive com um cenário alarmante de feminicídio: apenas na capital, 45 mulheres foram assassinadas desde janeiro.
O número é maior que o contabilizado durante todo o ano passado, quando 46 pessoas do sexo feminino foram mortas. Falta de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, estruturas precárias e machismo no Judiciário estão entre os motivos apontados pelo Fórum Goiano de Mulheres para o aumento da violência. Hoje, dia em que se comemora o 8º ano de sanção da Lei Maria da Penha, mulheres vão às ruas da cidade protestar por mais segurança e um cortejo promovido pelo fórum homenageará as vítimas dos crimes cometidos por motociclistas.
De acordo com o número de confirmações por meio de uma rede social, cerca de 500 pessoas participarão do protesto de hoje. A mobilização começa às 8h, no centro administrativo de Goiânia. A programação inclui uma caminhada até o Palácio das Esmeraldas, com gritos de palavras de ordem. As manifestantes carregarão 12 cruzes para marcar as vítimas mais recentes da violência e farão denúncias a respeito da falta de transparência nos recursos voltados para a área. Outras manifestações também estão previstas — a maior delas será no sábado, com previsão de 34 mil pessoas.