Desde a montagem da força-tarefa, o único suspeito real foi preso na noite de quinta-feira. A polícia acredita que ele está vinculado a dois assassinatos, dos 17 investigadas. Inicialmente eram apenas as 12 mulheres executadas em situações semelhantes, vítimas de motoqueiros que trajavam roupas escuras, anunciavam um assalto, mas atiravam e saíam sem levar nada. Depois, foram incluídas as mortes de mais três pessoas do sexo feminino em situações parecidas, a execução de um homem e uma tentativa de homicídio.
Lanterna
A falta de resposta oficial para a onda de violência contra mulheres que apavora Goiânia, desde o início do ano, é apenas a ponta visível de uma gestão de segurança pública com baixíssimo índice de resolução de homicídios. Os 15 assassinatos de mulheres, em circunstâncias aparentemente semelhantes, ainda sem esclarecimentos, expõem a fragilidade da investigação motivada por uma polícia com déficit de estrutura e de pessoal. Basta analisar a chamada meta 2 da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), que vence em outubro deste ano. Em relação aos inquéritos abertos até 2007, Goiás ocupa a última colocação, com 35% de resolução do objetivo traçado. Quando se analisa as investigações instauradas até 2008, o Estado sobe apenas uma posição e fica em penúltimo lugar, à frente apenas de Roraima. Lançada em fevereiro de 2010, por iniciativa conjunta entre os conselhos nacionais do Ministério Público (CNMP), de Justiça (CNJ) e o Ministério da Justiça (MJ), a meta 2 é um esforço para tentar aumentar o índice de elucidação dos crimes.
Para se ter ideia do crescimento da violência no estado, em 1998, de acordo com dados do Ministério da Justiça, Goiás apresentava uma taxa de 13,4 homicídios por 100 mil habitantes. Hoje, a taxa ultrapassa os 40 assassinatos por 100 mil habitantes. A edição de 2014 do Mapa da Violência mostra que a unidade da Federação registrou um aumento de 80,9% no número de homicídios entre 2002 e 2012..