Mais de 24 horas após o término da rebelião que destruiu mais de 80% da Penitenciária Estadual de Cascavel (PR), sete presos que cumpriam pena na unidade continuam desaparecidos. Segundo a Secretaria da Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, a falta dos detentos foi notada na tarde dessa terça-feira (26), depois da conferência do número de apenados transferidos para outros estabelecimentos do estado e dos que continuam abrigados em alas não danificadas da penitenciária.
A secretaria também corrigiu o total de presos transferidos para outras unidades. Ontem, chegou a informar, em nota, que 851 dos 1.036 detentos haviam sido remanejados para a Penitenciária Industrial de Cascavel e estabelecimentos de Curitiba e Região Metropolitana, Guarapuava, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Cruzeiro do Oeste e Maringá. Hoje, a assessoria do órgão informou que 797 presos foram transferidos. As transferências foram uma condição imposta pelos próprios detentos para pôr fim ao motim e libertar os dois agentes penitenciários mantidos como reféns.
As autoridades penitenciárias e as policias Civil e Militar apuram se os sete presos desaparecidos conseguiram fugir durante o tumulto iniciado na manhã de domingo (24). Há ainda duas hipóteses: os detentos foram mortos e seus corpos permanecem no interior da unidade ou estão escondidos.
Desde ontem, peritos e engenheiros da Paraná Edificações – autarquia vinculada à Secretaria de Infraestrutura e Logística – percorrem o interior da penitenciária, apurando os danos. Uma das alas mais danificadas, contudo, ainda não foi inspecionada, já que se temia o risco de desabamento. Não está descartada a hipótese de haver algum corpo no local, que foi bastante afetado pelo fogo e acumula muito entulho.
A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar as causas e responsabilidades pela rebelião. De acordo com a secretaria, o motim começou quando agentes penitenciários distribuíam o café da manhã aos presos.
Durante a rebelião, cinco presos foram mortos e 25 ficaram feridos. Do total de feridos, cinco continuam hospitalizados. Dois agentes penitenciários foram mantidos reféns durante todo o tempo que durou o motim, mas foram liberados após a conclusão das transferências e de receber atendimento médico.