Em julgamento que atravessou o dia e terminou somente na noite desta terça-feira, o ex-policial militar Allan Carlos Oliveira Nogueira, de 33 anos, foi condenado a 24 anos de prisão pela morte de Edmar Lopes Júnior, de 15 anos, durante confusão em uma boate de Ribeirão Preto há quatro anos.
O condenado está preso desde a ocasião e deve agora ser transferido do Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo, para o presídio de Tremembé (SP). Ele foi condenado por homicídio duplamente qualificado e o advogado de defesa, Paulo Galhardo, já adiantou que ingressará com recurso no Tribunal Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), na tentativa de reverter a decisão.
O ex-policial foi considerado culpado por homicídio doloso, pois, a juíza Maria Isabel Cristina dos Santos considerou que ele teve a intenção de matar. O réu, que estava atuando como segurança na boate, alega que atirou em legítima defesa, porque estaria no meio de uma briga. Também não teria disparado para o alto e sem a intenção de acertar o adolescente que morreu alvejado com um tiro na cabeça.
Frieza
A tese de tiro acidental, porém, não convenceu e a condenação foi de 24 anos de detenção em regime fechado. Para o promotor Marcos Túlio Nicolino, ele teve a intenção de matar e não ofereceu condições de defesa à vítima. Na sentença a juíza considerou que o réu agiu com "frieza emocional e insensibilidade ao disparar para o alto contra pessoas aglomeradas e atingir um adolescente com um tiro no nariz". Familiares da vítima acompanharam o julgamento e se disseram aliviadas com a pena, considerada exagerada pela defesa.