Em um editorial chamado "Sombra e água fresca", a publicação é acusada de expor fotos de crianças "em posições sensualizadas, erotizadas, até mesmo com apelo ou conotação sexual", segundo nota do MPT. O texto diz ainda que o trabalho infantil artístico "não foi autorizado pelo ordenamento jurídico, apontando violação ao princípio da proteção integral previsto no artigo 227 da Constituição Federal".
Para Isabella Henriques, advogada e uma das diretoras do Instituto Alana (que mobiliza a sociedade para os temas da infância e um dos autores da acusação), as fotos extrapolam a questão do processo da infância. "As imagens têm um alto caráter de sensualidade e expõe aquelas meninas a uma erotização precoce. Isso não é uma questão de ser moralista, mas de resguardar e respeitar o direito da criança. As fotos têm uma sensualidade que não combina com a faixa etária daquelas meninas."
Resposta
Em nota, divulgada pela Vogue em uma rede social, a revista afirma que jamais pretendeu expor as modelos infantis a nenhuma situação inadequada e que seugue princípios jornalísticos rígidos, dentre os quais o respeito incondicional aos direitos da criança e do adolescente. A revista alegou, por se tratar de "um clima descontraído, de férias na beira do rio", que não houve intenção de conferir característica de sensualidade ao ensaio.
Ainda no comunicado, a Vogue reitera o respeito a diversidade de pontos de vista e que irá tentar entender "as diversas vozes" desse caso para aperfeiçoar as edições da revista. A publicação também lamentou parte da discussão pelo "açodamento e a agressividade imotivada de algumas pessoas" e repudiou as tentativas de associar a revista à práticas prejudiciais aos menores.
(Com Agência Estado) .