O diretor da Central de Detenção do Complexo Penitenciário de Pedrinhas (Cadet), Cláudio Henrique Bezerra Barcelos, 45 anos, foi preso, na manhã desta segunda-feira, pela Polícia Civil do Maranhão. Os trabalhos da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), que trabalhava com o caso há mais de um ano, apontam Barcelos como facilitador da fuga de presos.
Além disso, segundo a assessoria da Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), também está sendo apurada a hipótese de que, mediante pagamento, detentos eram autorizados a deixar a unidade irregularmente e retornar após cometerem crimes. Os policiais cumpriram mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão no escritório e na residência do diretor. Barcelos foi preso no horário de trabalho na sede da Cadet, em Pedrinhas.
A Casa de Detenção é uma das várias unidades penais que formam o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, maior estabelecimento prisional do Maranhão. Palco de constantes rebeliões, fugas, brigas de facções e assassinatos de presos, inclusive decapitados, Pedrinhas já contabiliza 16 detentos mortos só este ano. O último homicídio no interior do presídio foi confirmado no último sábado. Na Cadet, comandada por Barcelos, foram dez mortes e pelo menos 20 detentos feridos de outubro de 2013 até hoje.
Conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), Eduardo Cesar Viegas Cunha foi morto na Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ). Um inquérito policial foi instaurado para apurar as circunstâncias da morte.
Na noite da última quarta-feira, 36 presos fugiram do Centro de Detenção Provisória (CDP) depois que bandidos atiraram um caminhão-caçamba contra o muro do complexo. O choque proposital abriu um grande buraco no muro de concreto, por onde os presos fugiram. Segundo a assessoria da Sejap, apenas três dos fugitivos haviam sido capturados até esta manhã. Além dos presos que conseguiram escapar, quatro ficaram feridos e um foi recapturado.
Também partiram do interior do complexo ordens para que os bandidos atacassem delegacias da região metropolitana da capital maranhense e ateassem fogo em ônibus, no início de janeiro deste ano. O episódio resultou na morte da menina Ana Clara Santos Souza, de 6 anos.
De acordo com o delegado Luís Jorge, da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) do Maranhão, a atuação de Claúdio Henrique despertou suspeita porque os investigadores que participaram da operação notaram que havia saída de detentos pela porta da frente, além dos alvarás de soltura falsificados. Ainda de acordo com o delegado, entre ações do diretor, estava a fraude nas informações no sistema do presídio.
(Com Agências) .