O abono salarial de 28,6% foi aprovado na tarde desta terça-feira, 16, pelo Conselho Universitário, órgão máximo da Universidade de São Paulo. O abono foi sugerido pela Justiça do Trabalho para cobrir as perdas inflacionárias desde maio, quando começou a negociação do dissídio.
O pagamento do benefício é um dos principais entraves para encerrar a greve de professores e funcionários que já dura 113 dias. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) já ofereceram abono de mesmo valor às categorias. Na Unicamp, os grevistas já voltaram ao trabalho.
Dezenas de grevistas da USP fizeram um ato no câmpus Butantã, na zona oeste da capital paulista, na tarde desta terça-feira. O grupo protestava em frente ao prédio onde ocorreu a reunião do Conselho Universitário.
Os manifestantes e o carro de som se concentravam perto do edifício do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). O principal alvo das críticas era o reitor Marco Antonio Zago.
O reajuste de 5,2% em duas parcelas (setembro e dezembro) já foi aprovado pelo conselho de reitores há duas semanas. Esse índice cobre as defasagens causadas pela inflação no último ano. Por causa da crise financeira, as três universidades queriam congelar os salários, o que fez estourar a greve.