José Carlos Simon, professor de remo e diretor técnico do Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp), disse que no sábado, 20, pela manhã, data do desaparecimento do jovem, a raia recebeu treinos, mas não foi relatada nenhuma ocorrência. Toda a raia, que tem 2.500 metros de extensão, é cercada, e o acesso ocorre mediante autorização e apresentação de carteirinha em um dos quatro portões. Ela não tem conexão com canal, córrego ou rio próximos.
"O acesso é restrito. Só entra com carteirinha. Vou saber se pulou? Estou aqui há 40 anos e nunca vi ninguém pular, cair na água e morrer", declarou Simon.
Santos foi visto pela última vez por volta das 4h do sábado passado após ter deixado a companhia de amigos para buscar cerveja dentro de uma festa no velódromo da USP. O evento comemorava 111 anos do Grêmio Politécnico da instituição e reuniu cerca de 5 mil pessoas.
A festa era "open bar" (com bebida gratuita no interior do espaço) e tinha ingressos entre R$ 30 e R$ 90, com participação de nomes nacionais da música como Marcelo D2 e CPM 22.
Ela lançou um apelo pela web com uma foto do desaparecido vestindo uma camisa preta com detalhes amarelos, a mesma que usava na noite da festa. "Já procuramos em todos os lugares possíveis e impossíveis. Fomos em todos os cantos e nada", disse Bruna na tarde desta segunda. Ela acrescentou ter buscado em hospitais, delegacias e no Instituto Médico Legal (IML), sem sucesso.
Pela rede social, diversas pessoas comentaram relatando ter visto um rapaz parecido com Victor, que tem 1,80 metro de altura, ser retirado à força do evento por dois seguranças. "Pessoas disseram ter visto uma pessoa ser retirada no mesmo horário que ele sumiu. Mas a empresa dos seguranças afirmou que não houve nenhuma ocorrência similar", disse Bruna.
Em comentários da página, outros participantes da festa reforçaram a informação de que um jovem havia sido retirado do local por seguranças. "Vi dois seguranças lutando muito para tirar um rapaz de camiseta escura da festa. Chegaram a derrubá-lo no chão com uma rasteira. Um segurança caiu em cima dele. Fez um barulho bem forte no chão, não sei se ele bateu a cabeça. Assim que levantaram, expulsaram o menino e ele saiu cambaleando, sozinho", disse uma das testemunhas no Facebook.
A USP autorizou a realização da festa, que contava com 140 seguranças particulares contratados pelo Grêmio. De acordo com o presidente do Grêmio, André Simmonds, em nenhum momento houve desentendimento em que se necessitasse intervenção da equipe de segurança e retirada de participantes do local.
Pistas de que o jovem teria sido atendido na enfermaria próxima do evento também não foram confirmadas. Naquela noite e madrugada do dia seguinte, ninguém foi encaminhado ao hospital ou permaneceu por atendimento prolongado no local, segundo familiares.
O caso foi inicialmente registrado na 5ª Distrito Policial de Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo, onde o jovem mora.