O diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), professor José Roberto Castilho Piqueira, emitiu comunicado proibindo a realização de novas festas pelo Grêmio Politécnico na cidade universitária, zona oeste da capital. "Universidade não é local de balada, de bebida e de festa. É local de livros, aulas, ensino, pesquisa e extensão", disse à reportagem na tarde desta quarta-feira, 24.
O comunicado da Poli proíbe em caráter permanente a realização de festas pelo Grêmio no campus da universidade e ocorre um dia após o corpo do estudante Victor Hugo Santos, 20, ter sido encontrado na raia olímpica da universidade. Victor havia participado da festa em comemoração aos 111 anos do grêmio realizada no velódromo do campus, a 100 metros da raia, na noite da sexta-feira passada.
Na manhã desta quarta-feira, a prefeitura do câmpus e a guarda universitária se reuniram para debater decisões similares. De forma preliminar, foi informado que as festas estão suspensas temporariamente no velódromo, independente da entidade que as organize.
O presidente do Grêmio Politécnico, André Simmonds, disse ter recebido o comunicado de forma positiva. "Não passa pela nossa cabeça fazer nenhuma festa agora depois do que aconteceu", disse. Segundo ele, festas de porte similares como a do final de semana, que reuniu 5 mil pessoas, costumavam ocorrer uma ou duas vezes por semestre.
"Nossa intenção ao realizar as festas é integrar os estudantes", disse Simmonds. O presidente do Grêmio também informou que comumente utiliza verbas arrecadadas com as festas e as reverte para aplicação do cursinho, grupo de teatro e outras atividades desenvolvidas pela entidade.