O prédio do Hotel St. Peter, no Setor Hoteleiro Sul, em Brasília, foi esvaziado, na manhã desta segunda-feira, pelo Corpo de Bombeiros. Segundo o hóspede Ari Ferreira, 39 anos, um homem bateu na porta do quarto em que estava, no 13º andar, e anunciou um ataque terrorista. “Ele algemou um funcionário e colocou um colete de dinamites nele”, contou o administrador de empresas. O homem ainda entrou em outros cômodos e pediu que as pessoas saíssem. Ele informava a todos a necessidade de passar uma mensagem à imprensa.
Somente os hóspedes do 13º andar presenciaram o fato. No entanto, os bombeiros chegaram ao local e solicitaram a saída de todos.
Já no início da tarde, o clima ainda era de tensão no local. O suspeito jogou dois objetos da janela, o que provocou correria. Depois dos atos, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) aumentou o perímetro de isolamento. Eles isolaram também o prédio dos Correios, em frente ao hotel. A polícia estima que, se a bomba no colete do refém for verdadeira, pode destruir pelo menos três andares, incluindo o 13º, onde o possível terrorista e a vítima estão.
Exigência
O sequestrador pede a extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti e a aplicação prática da Lei da Ficha Limpa como condições para soltar o refém, afirmou o chefe da Divisão de Comunicação da Polícia Civil do Distrito Federal, o delegado Paulo Henrique Almeida.
Segundo o delegado, o criminoso está "reticente" em se entregar e tem feito ameaças constantes de detonar um suposto explosivo. Almeida ainda informou que um dos três negociadores que mantêm contato com o criminoso é especialista em explosivos e está no 13º andar do hotel, onde o caso transcorre. Ele vai tentar saber se o artefato que está com o criminoso é bomba ou não. Almeida pondera, no entanto, que, mesmo sendo uma bomba, o material não tem potencial para destruir o hotel, mas apenas causar danos no andar.
Ainda segundo a Polícia, o criminoso age sozinho. Atuam na inteligência do caso, além da Polícia Civil, agentes da Polícia Militar e da Polícia Federal
Suspeito identificado
O homem que invadiu o hotel e fez ameaças terroristas foi identificado pela Polícia Civil. De acordo com o delegado que comanda a operação, Marcelo Fernandes, o nome dele já foi levantado, mas ainda não pode ser divulgado.
No momento da invasão, havia 300 pessoas no hotel. De acordo com o cozinheiro-chefe, que não quis dizer o nome, o homem teria feito check-in em dois quartos no 10º andar, por volta das 5h desta segunda-feira. Três horas depois, ele teria invadido o primeiro cômodo. Toda a área próxima ao hotel está interditada. O homem bateu nas portas dos quartos e pediu aos hóspedes que deixassem o hotel, pois era uma ameaça terrorista.
O mensageiro do hotel é feito de refém e está vestido com um colete com dinamites e uma mochila nas costas. A todo o momento, o suspeito de terrorismo aparece na varanda de um quarto no 13º andar com a arma apontada para o refém.
Varredura na região
A Polícia Militar faz uma varredura na Rodoviária do Plano Piloto para verificar a possibilidade de ter explosivos no local.
Durante a manhã, os 50 policiais que fazem a segurança do local já tinham sido avisados da suspeita e revistavam bolsas e banheiros para certificar de que não havia riscos para os passageiros. Até o momento, nenhum objeto suspeito foi encontrado e os policiais continuam o trabalho.
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