Homem mantido como refém em hotel de Brasília revela: "éramos três sob ameaça"
O mensageiro do hotel St. Peter José Ailton de Sousa, 48 anos, passou 7 horas sob os comandos do sequestrador e foi obrigado a usar um colete com supostos dinamites
Refém de Jac Souza dos Santos por 7 horas consecutivas, o mensageiro do hotel St. Peter José Ailton de Sousa, 48 anos, revela que o ex-secretário de Agricultura e Juventude de Combinado (TO) mantinha outros dois funcionários sob ameaças. "Ao todo, éramos três. Um ficaria responsável por entregar os CDs que ele queria enviar à imprensa como recado. A outra, uma colega camareira, ele libertou após meu pedido. Disse que ficaria no lugar dela", conta.
Dentro do quarto, ainda sem saber que o colete de dinamites e a arma do sequestrador eram falsos, Ailton, como é conhecido, conseguiu ligar três vezes para a esposa e para os filhos. "Pensei em jogar a arma para os policiais, tirar o colete. Mas, em outro momento, pensei que ele pudesse ter um detonador no bolso, que podia acabar com tudo. A situação ainda está em minha mente. Mas a vida continua forte e guerreira. É preciso seguir em frente".
Apesar das ameaças, Ailton afirma não ter visto Jac como um criminoso . "Achei que fosse loucura mesmo. Me confortou ele dizer que era uma pessoa do bem, que nunca tinha matado ninguém, e que o problema dele era com política". Na hora em que o mensageiro bateu nas portas dos hóspedes dizendo para saírem, pois se tratava de um atentado terrorista, Ailton consolou as pessoas e pediu para que elas não entrassem em pânico. "Recomendei que fizessem o que ele pedia e que não perguntassem muita coisa", completa. .