Para tentar conter a onda de atentados em Santa Catarina, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou ontem o envio da Força Nacional de Segurança ao Estado. “Enviaremos quantos reforços forem necessários”, afirmou o ministro, após se reunir em Florianópolis com o governador em exercício Nelson Schaefer.
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Creche é atacada no sul de Santa Catarina e número de ocorrências chega a 60Santa Catarina sofre mais oito ataques criminososSanta Catarina tem mais uma noite de ataques a ônibus e PMMinistro da Justiça diz que ataques revelam enfraquecimento de organizações criminosasAntes do encontro com Cardozo, Schaefer confirmou que a ordem dos ataques partiu do crime organizado de dentro de presídios. “Já efetuamos 44 prisões e identificamos mandantes dos crimes de dentro e de fora das penitenciárias. Agora, com a ajuda do ministro da Justiça, faremos o encaminhamento adequado”, afirmou o governador em exercício. Entre as medidas estudadas está a transferência de presos para penitenciárias federais.
“O Estado de Santa Catarina não é, não poderá ser e não será refém da criminalidade. O Estado não está nas mãos dos criminosos”, afirmou Schaefer. Até ontem, porém, já haviam sido registrados 62 ataques em 26 cidades desde o dia 26. Segundo a Polícia Militar, 25 ônibus foram incendiados e 22 residências de policiais ou bases da polícia atacadas a tiros. São três mortos, incluindo um agente penitenciário aposentado.
O último atentado aconteceu ontem à tarde em Joinville, quando criminosos armados invadiram um ônibus, obrigaram os três passageiros e o motorista a descer e atearam fogo. O veículo ficou completamente destruído. Até a noite, ninguém havia sido preso.
A noite de anteontem e a madrugada de ontem foram menos violentas do que as anteriores. Foram pelo menos oito ocorrências. O primeiro ataque da noite aconteceu em Chapecó, no oeste. Três homens invadiram um ônibus e obrigaram todos a descer. Depois, atearam fogo no veículo. Os suspeitos não foram encontrados.
No meio-oeste, em Joaçaba, dois suspeitos tentaram, sem sucesso, incendiar um ônibus.
Em Camboriú, quatro homens atearam fogo em um caminhão-guincho que estava estacionado perto de um quartel de bombeiros. Em São José, a casa de um PM foi atacada com um coquetel molotov, mas o artefato não espalhou fogo. Em Gaspar, no Vale do Itajaí, a casa de um PM foi alvo de disparos.
No início da madrugada, em Florianópolis, três homens atiraram nove vezes contra a casa de um policial. Ninguém ficou ferido. A PM fez buscas, mas não prendeu ninguém.
Na região norte, houve dois ataques. Uma delegacia em Joinville foi alvejada e um ônibus de turismo foi incendiado em Rio Negrinho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.