Um grupo de estudantes da Universidade de Brasília (UnB) resolveu fazer um protesto inusitado no início da tarde desta segunda-feira (6/10). Completamente pelados, o grupo de aproximadamente 20 pessoas se reuniu por volta das 14h30 em frente ao anfiteatro 9, no Instituto Central de Ciências Sul (ICC). O ato, que durou cerca de 20 minutos, foi em apoio a um jovem que fazia uma performance artística na tarde da última quarta-feira (1º/10), e foi impedido por seguranças de ficar sem roupas na parte externa do local. A ação dos funcionários foi registrada por um cinegrafista amador.
Um estudante de 21 anos, que preferiu não se identificar, é um dos organizadores do "peladaço" e alegou que a ação dos fiscais foi truculenta. "Ele foi reprimido de forma violenta, o derrubaram no chão", relatou. Outra universitária informou que o ato não é considerado atentado ao pudor e que pretende escrever uma carta de repúdio ao reitor contra a ação dos seguranças. "Se tratava de uma apresentação sobre a imposição do perfil heterossexual na sociedade. Todo ano há atos com nudez e nunca houve repressão", garantiu.
Assim que ficou sabendo do protesto, Lorena Melovia, 20 anos, estudante de letras, se uniu ao grupo. "A abordagem, de fato, foi muito pesada", relatou. Amanda Pinho, também estudante da UnB, ressaltou que acredita em qualquer movimento social que questiona regras impostas à sociedade.
Apesar da grande adesão, o ato não agradou a todos. O aluno de direito Raphael Thimotheo, 20 anos, se diz contra a manifestação. "Essas atitudes não são convenientes em um espaço público como a UnB, apesar da nudez ser algo natural, as pessoas não estão acostumadas a se deparar com esta cena", defendeu.
O motivo
No vídeo, que tem pouco mais de um minuto e mais de 400 visualizações, o rapaz aparece com uma peruca loira e enrolado em um pano branco. Os funcionários pedem para o jovem esconder as partes íntimas, mas a orientação, contudo, é ignorada. Um dos agentes tentou enrolar o tecido no rapaz, que relutou e foi contido por mais dois seguranças. Imobilizado, o jovem começou a gritar "me solta" e "estupro, estupro".
A UnB informou que o estudante está matriculado no Instituto Federal de Brasília (IFB). A apresentação estava agendada para ocorrer no anfiteatro 9 do ICC, no entanto o aluno insistiu em caminhar sem roupas nos corredores.
Ainda de acordo com a universidade, não houve violência e os fiscais agiram após uma denúncia de outros estudantes que se sentiram ofendidos com a nudez. A UnB registrou um boletim interno, mas destacou que os funcionários não sabiam que se tratava de uma performance.
Nesta semana, o anfiteatro recebe o 16º Festival Universitário de Música Candanga (Finca). A UnB, no entanto, não soube informar se o rapaz fazia parte da programação.
Outro caso
Não é a primeira vez que os estudantes da UnB fazem "peladaço" no local. Em 2009, um grupo se reuniu para protestar contra o tratamento recebido por Geisy Arruda, na Universidade Bandeirante (Uniban), de São Bernardo do Campo, São Paulo. O ato contou com pouco mais de 150 universitários. A maioria usava apenas roupas íntimas, mas dez ficaram nus.
A então estudante foi hostilizada por usar roupas curtas e chegou a ser expulsa da Uniban, mas a escola voltou atrás após a repercussão na mídia.
Um estudante de 21 anos, que preferiu não se identificar, é um dos organizadores do "peladaço" e alegou que a ação dos fiscais foi truculenta. "Ele foi reprimido de forma violenta, o derrubaram no chão", relatou. Outra universitária informou que o ato não é considerado atentado ao pudor e que pretende escrever uma carta de repúdio ao reitor contra a ação dos seguranças. "Se tratava de uma apresentação sobre a imposição do perfil heterossexual na sociedade. Todo ano há atos com nudez e nunca houve repressão", garantiu.
Assim que ficou sabendo do protesto, Lorena Melovia, 20 anos, estudante de letras, se uniu ao grupo. "A abordagem, de fato, foi muito pesada", relatou. Amanda Pinho, também estudante da UnB, ressaltou que acredita em qualquer movimento social que questiona regras impostas à sociedade.
Apesar da grande adesão, o ato não agradou a todos. O aluno de direito Raphael Thimotheo, 20 anos, se diz contra a manifestação. "Essas atitudes não são convenientes em um espaço público como a UnB, apesar da nudez ser algo natural, as pessoas não estão acostumadas a se deparar com esta cena", defendeu.
O motivo
No vídeo, que tem pouco mais de um minuto e mais de 400 visualizações, o rapaz aparece com uma peruca loira e enrolado em um pano branco. Os funcionários pedem para o jovem esconder as partes íntimas, mas a orientação, contudo, é ignorada. Um dos agentes tentou enrolar o tecido no rapaz, que relutou e foi contido por mais dois seguranças. Imobilizado, o jovem começou a gritar "me solta" e "estupro, estupro".
A UnB informou que o estudante está matriculado no Instituto Federal de Brasília (IFB). A apresentação estava agendada para ocorrer no anfiteatro 9 do ICC, no entanto o aluno insistiu em caminhar sem roupas nos corredores.
Ainda de acordo com a universidade, não houve violência e os fiscais agiram após uma denúncia de outros estudantes que se sentiram ofendidos com a nudez. A UnB registrou um boletim interno, mas destacou que os funcionários não sabiam que se tratava de uma performance.
Nesta semana, o anfiteatro recebe o 16º Festival Universitário de Música Candanga (Finca). A UnB, no entanto, não soube informar se o rapaz fazia parte da programação.
Outro caso
Não é a primeira vez que os estudantes da UnB fazem "peladaço" no local. Em 2009, um grupo se reuniu para protestar contra o tratamento recebido por Geisy Arruda, na Universidade Bandeirante (Uniban), de São Bernardo do Campo, São Paulo. O ato contou com pouco mais de 150 universitários. A maioria usava apenas roupas íntimas, mas dez ficaram nus.
A então estudante foi hostilizada por usar roupas curtas e chegou a ser expulsa da Uniban, mas a escola voltou atrás após a repercussão na mídia.