O plano foi uma exigência da ANA para avaliar a liberação da segunda cota do volume morto do Cantareira, de 106 bilhões de litros, solicitado pela Sabesp. A companhia chegou a encaminhar uma proposta no dia 26 de setembro, mas depois pediu para corrigir o plano e não encaminhou a versão final. Em agosto, a agência chegou a divulgar um acordo com o governo Geraldo Alckmin (PSDB) para reduzir a retirada, mas São Paulo negou haver entendimento.
Barros disse acreditar que as chuvas voltem ao normal a partir do dia 15 de outubro, conforme previsão do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), e com isso tornará desnecessário o uso da segunda reserva. Ontem, restavam nas represas cerca de 54 bilhões de litros da primeira cota do volume morto, que podem se esgotar no mês que vem.
"No cenário que estamos construindo, as perspectivas apontam recuperação das chuvas a partir da segunda quinzena de outubro", disse. "O horizonte de recuperação do sistema é muito plausível de se obter", completou.
Segundo ele, "a necessidade de retirada da segunda reserva técnica (volume morto) neste instante ainda é remota". Barros, contudo, disse que a Sabesp não tem um plano B caso a Justiça Federal atenda ao pedido dos Ministérios Públicos Estadual e Federal e proíba a retirada da segunda cota da reserva.
Para os promotores, ela comprometerá o abastecimento de água da região de Campinas e provocará o colapso do sistema. "A hipótese de proibição ainda não passa pela nossa condição", afirmou.
Crítica. O governo criticou a ação civil dos Ministérios Públicos Estadual e Federal para restringir a retirada de água do Cantareira. Segundo a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, a medida "parte de pressupostos que não são corretos e que vêm sendo esclarecidos". A secretaria afirmou, em nota, que "entende que esse é um assunto técnico, que vem sendo tratado com responsabilidade, sempre buscando a cooperação de todas as autoridades envolvidas".