"Quando se verifica a retirada em Santa Cecília, são 160 metros cúbicos por segundo. Para a Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgotos - do Rio de Janeiro) (para abastecimento humano) são 45 metros cúbicos", disse o governador, completando que na região metropolitana de São Paulo, com 22 milhões de pessoas, o consumo da bacia é de 66 metros cúbicos. "Como você pode tirar 160 (metros cúbicos)? É obvio que a maioria é produção de energia elétrica e aí pode ter problema no futuro", completou ele, durante evento em Araraquara (SP).
Alckmin evitou uma nova polêmica pessoal com o governador reeleito do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), pelo uso da água do Paraíba do Sul, mas lembrou que quando alertou para a utilização do líquido na produção de energia elétrica, a represa de Jaguari tinha 42% da capacidade de armazenamento ante 11% hoje. "A depressão (na represa) foi para produzir energia elétrica em detrimento do abastecimento humano. Defendemos tanto o Rio de Janeiro, quanto São Paulo e a prioridade é abastecimento humano; são regras internacionais e energia elétrica você pode produzir por térmica, cogeração, biomassa e fotovoltaica", afirmou.
Cantareira
O governador de São Paulo disse ainda que utilizará a terceira parte do volume morto do Sistema Cantareira para o abastecimento da região metropolitana de São Paulo se houver necessidade, mas não deu prazos. Ele ironizou as notícias que a Fundação Cacique Cobra Coral fora contatada pelo governo paulista para que apelasse ao esoterismo em busca de chuvas para a região castigada por uma das piores estiagens da história. "Com todo respeito a todas as cobras, nem procuramos nem fomos procurados", afirmou.
Alckmin lembrou que o mês de outubro é o mais seco desde 1930, que em todo o ano de 2014 o volume acumulado de chuvas é metade de 1953, o mais seco da história, e defendeu a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).