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Estado de Minas

Defesa pede limitação da responsabilidade das acusadas e tratamento para Jorge

Ministério Público tem direito a duas horas de réplica e os defensores poderão requerer outras duas horas de tréplica com o término do pronunciamento


postado em 14/11/2014 17:44 / atualizado em 14/11/2014 18:01

Julgamento dos Canibais de Garanhuns deve acabar ainda nesta sexta-feira(foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press)
Julgamento dos Canibais de Garanhuns deve acabar ainda nesta sexta-feira (foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press)
No segundo dia do julgamento do trio acusado de matar, esquartejar, praticar canibalismo e ocultar o cadáver de Jéssica Camila, de 17 anos, a defesa tenta convencer os jurados sobre a limitação da responsabilidade de cada um dos envolvidos. Enquanto Jorge Beltrão e Bruna Silva, entre risos, aparentam frieza e indiferença diante da sentença iminente, Isabel Pires chora.

Antes da réplica começar, o advogado Rômulo Lyra leu trechos do livro "Relatos de um Esquizofrênico", de autoria de Jorge Beltrão, para embasar a defesa de Bruna Silva. "Ele sentia cheiro de cio. Bruna tinha medo de morrer, era uma vítima em potencial. Uma prisioneira dele", argumentou. Ainda de acordo com o advogado, a ré pediu o direito de cursar uma faculdade a distância enquanto cumpre pena na Colônia Penal Feminina de Buíque.

Tereza Joacy, que defende Jorge Beltrão, apontado como mentor dos crimes, pediu a semi-imputabilidade do acusado para que ele seja tratado como doente e tenha a pena reduzida. Na argumentação, pediu que ele fosse levado para um manicômio judiciário e, não um presídio comum. "Ele precisa de tratamento, ser acompanhado. Escrever era uma maneira de pedir socorro. A Justiça precisa ser feita nesse caso", disse.

Por sua vez, Paulo Sales, contratado por Isabel Pires, apresentou um vídeo com a entrevista de um dos irmãos de Jorge. No vídeo, ele diz que não tem caso de esquizofrenia na família, que o acusado sempre foi naturalista e evitou comidas com carne e que ele era agressivo. Ainda acrescentou que a cliente era dependente de Jorge, abdicava da estima, dos sentimentos em prol dessa dependência. O advogado defende a tese de que Isabel foi alvo de uma coação irresistível, que é pela absolvição."Ela estava sob ameaça, sob domínio, sob tutela de Jorge".

Réplica


O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) tem direito a duas horas de réplica e os defensores poderão requerer outras duas horas de tréplica com o término do pronunciamento da defesa. Finalizada essa etapa, os sete jurados recolhem-se, em sala reservada, para responder aos questionamentos que definirão se os réus serão condenados ou absolvidos. Por último, a juíza Maria Segunda retornará ao salão do júri para anunciar a sentença.


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