Dez pessoas foram denunciadas nesta terça-feira, pelo Ministério Público do Rio por envolvimento na morte de Jandyra Magdalena dos Santos Cruz, de 27 anos, que se submeteu a um aborto em uma clínica clandestina em Campo Grande (zona oeste do Rio), em 26 de agosto, e morreu durante o procedimento. Outras duas pessoas foram denunciadas por terem realizado aborto, como a Polícia Civil flagrou no dia em que descobriu e fechou a clínica.
A pena de cada denunciado na morte de Jandyra pode chegar a 48 anos. As dez pessoas vão responder pelos crimes de homicídio duplamente qualificado (mediante recompensa e com uso de recurso que tornou impossível a defesa da vítima), fraude processual (pela mutilação do corpo da vítima, para dificultar sua identificação), destruição e ocultação de cadáver (o corpo da vítima foi queimado e seus braços, pernas e dentes não foram localizados), formação de quadrilha e por provocar aborto com o consentimento da gestante (outros dois abortos foram realizados na clínica clandestina no dia 26 de agosto).
O corpo de Jandyra foi encontrado carbonizado, sem os dentes e com os membros inferiores e superiores mutilados, para que não fosse identificado. A denúncia foi encaminhada à 4ª Vara Criminal do Rio pelo promotor Bruno de Lima Stibich, da 27ª Promotoria de Investigação Penal.