“A postura antissemita do governo de Getúlio Vargas tem origem no pensamento racista e antissemita brasileiro que vem desde os tempos coloniais. Não foi uma invenção de Vargas. Durante seu governo, o pensamento de que os não arianos eram seres inferiores foi reabilitado pelo nazismo na Alemanha de Hitler e pelo fascismo, na Itália de Mussolini. Vargas tinha uma admiração por esses governos fascistas de forma geral. Não aceitar judeus, mesmo aqueles com origem judia, se baseou no fato de que o governo os considerava cidadãos que não serviam para compor a população brasileira”, explica Maria Luiza Tucci.
Mesmo com a autorização do embaixador brasileiro na França, Luís Martins de Souza Dantas – que conseguiu a liberação de vários exilados para o Brasil, apesar de determinação contrária do presidente Vargas –, os 95 refugiados que vieram no navio Cabo de Hornos não foram aceitos.