Com o Maranhão e a própria capital do Estado registrando alguns dos piores resultados em avaliações educacionais no País, o IDHM da zona metropolitana de São Luís não parece fazer muito sentido, mas os pesquisadores garantem que não há enganos.
"Precisaríamos abrir os microdados para interpretar melhor esses resultados, mas a primeira vista, uma das explicações pode ser o fato de São Luís ser uma ilha de renda mais alta e de excelência em um Estado que, todos sabemos, é bastante pobre", afirma o pesquisador do Ipea, Marco Aurélio Costa. Uma das possíveis explicações para esses resultados seria o fato da zona metropolitana da capital maranhense ser uma das menores do País e ser formada por São Luís e apenas outros quatro municípios. A capital concentra 76% da população dessa região metropolitana.
Neri avalia que a composição da região metropolitana de São Luís foi fundamental para que a área alcançar o primeiro posto no Brasil no ranking de educação. Em geral, cidades do entorno tendem a empurrar para baixo os indicadores. "Como a RM de São Luís é formada basicamente pela capital, esse impacto é pouco sentido", disse.
Outra possibilidade levantada pelo Ipea é a de que a capital maranhense atrairia, também, pessoas do resto do Estado que se mudam para a capital apenas para estudar, melhorando a relação de pessoas formadas e alunos com frequência regular e correta na escola. Essas, no entanto, são apenas hipóteses.
Contrastando com os bons resultados educacionais, a zona metropolitana de São Luís tem o pior IDHM Longevidade do País - 0,809, um índice alto, mas menor do que as demais 16 regiões estudadas - e o segundo pior IDHM renda, vencendo apenas Fortaleza.
Também em outros índices educacionais a capital maranhense não tem bons resultados. No mais abrangente deles, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), São Luís tem o terceiro pior resultado das capitais nos anos iniciais do ensino fundamental, com índice 4,2 pontos, abaixo da meta para 2013, que seria de 4,9 pontos.