No sábado, dia 29, em Angatuba, o suposto padre fez-se passar por um enviado do vigário local e convenceu um fazendeiro a entregar uma imagem rara que levaria para uma bênção especial. Ele desconfiou do golpe após descobrir que o dinheiro que estava numa cômoda também foi levado.
Muitas vítimas, envergonhadas, não dão queixa. Em Tietê, a aposentada Irene Simonetti, de 83 anos, procurou a Polícia Civil, no último dia 26, após ser vítima do golpe. O suposto padre mencionou pessoas do círculo de amizade da vítima e adentrou à casa para dar a "bênção especial de Nossa Senhora Aparecida" às joias da família.
Quando a idosa se ausentou para apanhar um copo de água pedido pelo "religioso", ele desapareceu, levando um par de alianças e joias cravejadas com brilhantes e rubis. Horas depois, o mesmo golpista atacou em outro bairro da cidade, enganando um casal de idosos - ela com 80, ele com 83 anos. As vítimas ficaram sem as alianças, uma corrente de ouro e R$ 600.
Em Itapetininga, um falso padre enganou uma aposentada de 68 anos, levando um relógio e uma corrente de ouro.
Casos semelhantes foram registrados também no oeste paulista e em cidades dos Estados de Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais. Um suspeito chegou a ser detido, em abril deste ano, em Bastos, oeste paulista, mas não ficou preso. A Polícia Civil recomenda que as pessoas peçam a identificação de quem não conhecem antes de permitir que entrem em suas casas.
Conforme as descrições das vítimas, não se tratam das mesmas pessoas agindo em cidades diferentes. O bispo de Itapetininga, d. Gorgônio da Encarnação, pediu aos fiéis que fiquem atentos para evitar o golpe. Segundo ele, os verdadeiros padres só vão às casas dos católicos quando são convidados ou solicitados e não têm por hábito benzer joias ou dinheiro..