"Estamos em diligências. A investigação ainda não foi concluída e não confirmei vazamento, disse que teve a foto da prova. Mas temos dificuldades para identificar de onde partiu, quem foram os responsáveis e quantos se beneficiaram com isso", disse o delegado. Ele informou que pediu a prorrogação do prazo para concluir o inquérito até janeiro.
"A perícia constatou que ele (o estudante Jomásio Barros, de 17 anos) recebeu o tema da prova em seu celular, antes do horário. Ele recebeu a foto minutos antes. Não foi vazamento da prova da gráfica.
A denúncia foi feita pelo próprio estudante, que faria a prova e recebeu o tema da redação pelo aplicativo. Depois do exame, Barros gravou um vídeo e postou nas redes sociais, mostrando que tinha a questão antes da prova. Ele levou o material e formalizou uma denúncia de vazamento do Enem na PF.
O tema da redação "Publicidade Infantil em Questão no Brasil" teria chegado ao celular às 10h47 do dia 9 de novembro. O Piauí está fora do horário de verão e uma hora atrasado em relação ao horário de Brasília. Ele recebeu a informação uma hora e 13 minutos antes da aplicação do exame. O horário oficial para o início das provas era às 13 horas. O estudante fez as provas no Colégio Machado de Assis, em Picos, a 314 quilômetros ao sul de Teresina.
Segurança
O advogado da família de Barros, Luís Henrique, disse que o jovem estava sendo ameaçado. Ele afirmou que o rapaz estava sendo chamado de criminoso por meio de mensagens enviadas por e-mail e pelas redes sociais. Sem mencionar o teor das denúncias, o advogado disse que solicitou ajuda da polícia para que faça a segurança do jovem.
"A família, principalmente Barros e sua mãe, vem sofrendo ameaças caso as provas sejam anuladas. Ele não está mais indo para a faculdade. Vem sendo tachado de criminoso, quando o que fez foi prestar um serviço público", disse Henrique.
O delegado Uchôa afirmou que não tem conhecimento das ameaças e que não escalou segurança especial para Barros e sua família. "Não tomamos conhecimento disso nem sobre o pedido de proteção", afirmou o delegado federal.
Investigação
Na tarde desta quinta-feira, a PF informou que continua em curso a investigação para identificar o emissor da mensagem.
O Inep informou, em nota, que ainda não tem a confirmação da PF sobre o encerramento das investigações. “O Inep tem trabalhado com a Polícia Federal desde o início das investigações e qualquer candidato que tenha sido indevidamente beneficiado será punido de acordo com o edital”..