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Estado de Minas

Especialistas alertam para opções oferecidas pelo Sisu

Sistema oferece 205,5 mil vagas em 128 instituições espalhadas pelo Brasil. Especialistas recomendam atenção à evolução das notas de corte durante os três dias de inscrições


postado em 18/01/2015 06:00 / atualizado em 18/01/2015 08:55

Brasília – Começa a funcionar nesta segunda-feira, no portal do Ministério da Educação (MEC), o sistema de matrículas para as vagas ofertadas no Sistema de Seleção Unificado (Sisu). Embora as notas mínimas para cada curso só possam ser conhecidas depois de encerrado o processo, o primeiro passo para o candidato é consultar as notas de corte dos anos anteriores. A reportagem selecionou informações sobre alguns cursos em diferentes instituições de ensino do país, tendo por base a primeira edição do Sisu em 2014. O curso de bacharelado em medicina foi o mais disputado nas quatro instituições pesquisadas, seguido por habilitações como engenharia civil, direito e outras (veja quadro).

Ao todo, os 6,19 milhões de candidatos que fizeram as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no fim de 2014 disputarão 205.514 vagas
espalhadas por 128 instituições de ensino superior em 5.631 cursos. Diferentemente do antigo modelo de vestibular, o candidato agora pode escolher o curso conforme a nota obtida no Enem, em qualquer uma das instituições participantes. Segundo especialistas, é importante ficar atento à evolução das notas de corte durante os três próximos dias, quando o sistema do Sisu estará aberto a inscrições.

O Sisu permite ao candidato acompanhar a evolução das notas de corte enquanto as inscrições estiverem abertas. Alexandre Crispi, especialista em educação e diretor da rede Alub, diz que é importante monitorar as notas enquanto o sistema estiver aberto. “É como bolsa de valores, a nota de corte varia em função da demanda. No primeiro dia, a pessoa pode ter a impressão de que a nota dela será suficiente para determinado curso. No segundo e no terceiro, conforme mais gente se inscreve, as notas de corte vão subindo. O ideal é que o candidato fique muito atento ao sistema a partir de segunda”, diz ele. Outra dica importante, segundo Crispi, é escolher como segunda opção uma disputa com menor demanda que a primeira, seja em outra instituição ou em outro curso.

Ao unificar as seleções de diversas instituições no país, o Sisu também favorece os candidatos com disponibilidade para mudar de cidade ou de estado. “O Sisu está criando no Brasil um fenômeno parecido com o do SAT (Scholastic Assessment Test), nos Estados Unidos, com os alunos se deslocando para outra cidade ou estado. E, no caso de instituições que são consideradas de ponta, como a UnB, o candidato passa a competir não só com os alunos daqui, mas com os de fora”, diz o especialista. “Uns 25% dos alunos da UnB hoje devem ser oriundos de outros estados. A pessoa percebe que não conseguirá passar na USP, por exemplo, mas que conseguirá passar aqui, e passa a disputar essa vaga”, comenta.

A estudante Marina Dantas, de 17 anos, adotou uma jornada de oito horas de estudo ao longo do ano passado. Tudo para atingir o objetivo de cursar medicina. “Eu fazia o ensino médio à tarde e cursinho pela manhã. Também tínhamos um simulado mensal, com questões no padrão do Enem. À tarde, ainda resolvíamos exercícios sobre as questões de provas anteriores”, conta ela. Além do Enem, Marina participou do Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília.

O esforço, segundo ela, deu resultado: a estudante atingiu a nota 746 no Enem, e acredita que conseguirá uma vaga para cursar medicina em instituições de Goiás ou de Minas. “Na UnB a nota de corte acabou ficando muito elevada, mas nesses lugares acho que será possível”, diz ela, que já pesquisou instituições de ensino nas duas localidades. “Se for possível, prefiro estudar em Goiânia. É mais perto de casa, poderei vir a Brasília com mais frequência”, planeja ela.


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