Mais que a composição da pedra, composta por côndrulos e partículas de ferro, interessa aos pesquisadores a viagem do objeto pelo espaço, até a colisão. Não é comum no Brasil um astrônomo estabelecer com precisão, em tempo real, o local da queda de um meteorito, como nesse caso.
Ao entrar na atmosfera e explodir, espalhando fragmentos, a rocha espacial pesava cerca de cem quilos e se deslocava a 180 mil km/h. A partir da explosão, o astrônomo amador Carlos Eduardo di Pietro, que acompanhava o meteorito de Goiânia (GO), onde mora, conseguiu estabelecer a rota e o ponto quase exato em que o pedaço de rocha caiu.
Ele passou essas informações a um colega paulista, Renato Cássio Poltronieri, que localizou a pedra no último dia 18, em Porangaba. Os dois astrônomos amadores fazem parte do Brazilian Meteor Observation Netowork (Bramon), uma rede mundial de investigadores voluntários desse tipo de fenômeno.
Poltronieri foi à cidade paulista na companhia da pesquisadora Maria Elizabeth Zucolotto, cientista do Museu Nacional. A eles, o caseiro da propriedade relatou ter visto uma explosão no céu e o barulho de dois objetos caindo. Um deles caiu a três metros da casa e causou uma perfuração de 25 cm no solo.
O próprio caseiro resgatou a pedra, da qual os cientistas retiraram amostras para pesquisas na universidade do Rio. O outro fragmento relatado pelo caseiro continua sendo procurado - os pesquisadores interrompem a busca nesta terça-feira, 27.