O plano "Rodízio do Sistema Cantareira 2014" foi entregue em janeiro pela Sabesp ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), um dos órgãos reguladores do manancial. No documento, a companhia afirma que "o rodízio deve ser planejado em face da situação crítica de armazenamento nos mananciais" e previa uma economia de 4,2 mil litros por segundo na retirada do sistema, que resultariam em 120 bilhões de litros entre fevereiro e dezembro.
À época da revelação do plano, Alckmin disse que o rodízio "é tecnicamente inadequado" e o pacote de medidas adotadas pelo governo até então (redução da pressão da água, bônus na conta e transferência entre sistemas) "equivale a um racionamento de 36 horas com água e 72 horas sem". Já a Sabesp informou que o plano foi feito antes da crise, para o processo de renovação da outorga do Cantareira, que ocorreria em agosto passado e foi adiada.
Queda
Nenhuma das medidas adotadas pela Sabesp, porém, foi suficiente para estancar a queda do Cantareira, que tinha 23% da capacidade no início da crise e hoje opera com 23% negativos. As chuvas esperadas pelo governo para esse verão não vieram e, agora, a Sabesp admite a possibilidade de adotar um "rodízio drástico" de apenas dois dias com água e cinco sem.
A medida pode ser tomada caso a companhia seja obrigada a reduzir a retirada do Cantareira para 10 mil ou 12 mil litros por segundo. Em janeiro, o índice é de 14,7 mil litros, ante 29 mil litros por segundo antes da crise.
Em nota, a Sabesp informou ontem que "as medidas adotadas pela companhia desde o início da crise garantiram uma redução no consumo de água na região do Cantareira muito superior aos 4,2 mil litros por segundo previstos no rodízio. Segundo a empresa, neste mês, a redução da pressão (7,2 mil l/s) e o bônus (3,2 mil l/s) resultaram em uma diminuição de 10,4 mil litros por segundo.
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