Morador em Tupã, cidade próxima a Adamantina, Caio foi assediado pelos veteranos ao descer do ônibus, nas proximidades da escola. "Eles nos separaram por turma, colocaram a gente em fileira e nos fizeram sentar. Em seguida despejaram um monte de coisas sobre minha cabeça. Não sei o que era, sei que era fedido e aquilo escorreu para meu rosto", contou Caio.
Durante a noite o rapaz se sentiu incomodado e na terça-feira, 3, pela manhã, com aumento das dores, foi levado para uma unidade de saúde pela mãe. Encaminhado a um especialista passou por uma limpeza do olho.
No dia seguinte, transferido para Marília, o oftalmologista constatou que a lesão atingira 70% da córnea e que ele corria o risco de perder a visão do olho esquerdo. "O médico não nos disse se há recuperação, mas espero que sim; tenho outra consulta e novos exames marcados para esta sexta-feira", contou Caio. "Sinto uma dor muito forte e não estou enxergando quase nada deste olho", comentou.
"Estou muito triste e chateado porque estudei muito, passei em primeiro lugar, para agora chegar na porta da faculdade e eles não me deixarem entrar.
A polícia está apurando as agressões. Diretores da faculdade se encontrariam com o estudante na tarde desta quinta-feira, 5, para obter informações sobre o caso. A FAI divulgou nota, nas qual lamenta os trotes, "ocorridos do lado de fora da faculdade", e se solidariza com os estudantes agredidos.
Na nota, a faculdade também se coloca à disposição da polícia para prestar informações e anuncia a abertura de sindicância para apurar os trotes e identificar e punir os culpados..