Três dias após a explosão no navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus, em Aracruz, no Espírito Santo, quatro funcionários que ficaram feridos no acidente continuam internados no Vitória Apart Hospital, na Serra. Dois deles permanecem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave, mas estável. Outros dois já foram encaminhados aos apartamentos, para tratamentos ortopédicos. Além deles, dois funcionários tiveram alta médica e foram liberados.
Heleno Silva Castelo, de 31, Raimundo Nonato da Silva, de 58, Wesley Bianquini, de 36, e Luiz Claudio Nogueira da Silva, de 43, tiveram os corpos liberados pelo Departamento Médico Legal (DML) de Vitória ainda na tarde de sexta-feira. Familiares das vítimas não quiseram falar com a imprensa e uma funcionária da empresa norueguesa acompanhou os parentes.
O corpo de um indiano ainda aguarda liberação. De acordo com os laudos do DML de Vitória, a maior parte das vítimas fatais do acidente morreu por consequência de politraumatismos pelo corpo.
Alguns familiares, impacientes, reclamavam bastante da burocracia para a liberação dos corpos. Como o acidente ocorreu numa área marítima pertencente ao município de Aracruz, todo o trâmite para a emissão da certidão de óbito teria que ser feito na cidade, distante 83 quilômetros da capital, Vitória.
Heleno Castelo foi enterrado na manhã de sábado, no cemitério Jardim da Paz, na Serra. Os corpos de Raimundo Nonato, Wesley e Luiz Claudio foram encaminhados para Fortaleza (CE), Nova Friburgo (RJ) e Mossoró (RN), respectivamente. Até o momento, a empresa não divulgou a identidade dos desaparecidos e do indiano, que continua no DML de Vitória.
Um militar que não quis ter a identidade revelada gravou um vídeo no interior da plataforma, após a explosão. Nas imagens, é possível ver rastros de sangue, ferro retorcido e uma região do navio, onde fica a casa de bombas, local em que ocorreu o acidente, bastante inundado.
ENTENDA O FPSO Cidade de São Mateus, que opera nos campos de Camarupim e Camarupim Norte, a cerca de 120 quilômetros da costa do Espírito Santo, sofreu uma explosão às 12h50 de quarta-feira. As causas ainda estão sendo investigadas, mas sindicalistas falam em vazamento de gás.
Havia 74 pessoas a bordo no momento do acidente. Após o ocorrido, a produção foi interrompida. O navio está conectado normalmente aos poços, mas a unidade foi desativada.
Até o fechamento desta edição, a BW Offshore não havia informado sobre quando as buscas serão retomadas. De acordo com a empresa, dos quatro funcionários que ainda continuam desaparecidos, três trabalhavam na casa de bombas, onde ocorreu a explosão, e um atuava na casa de máquinas, que fica ao lado do local acidentado.