A vazão do Atibaia nesta quarta-feira chegou a 42,30 metros cúbicos por segundo no ponto de captação de Valinhos, dez metros cúbicos a mais que a vazão medida na terça-feira. Na semana anterior, no entanto, o nível estava em 11,3 m3/s. Para a assessoria do Daev, tanta água de uma vez não resolve os problemas de abastecimento, pois não há reservatório e a vazão segue o curso para o Rio Jaguari. Ainda segundo a assessoria, o rodízio é necessário porque o sistema de tratamento de água trabalha com déficit diário de três milhões de litros.
De acordo com o Daev, as obras de ampliação da Estação de Tratamento de Água (Eta 2) serão concluídas em setembro. Até lá, o rodízio vai continuar, segundo o órgão. Até porque somente com as chuvas desta noite o mês de fevereiro atingiu o nível histórico no município.
Em Itu, cidade que conviveu com o racionamento drástico durante dez meses em 2014, a realidade também mudou. Somente nos dias de Carnaval choveu 95,3 mm na cidade e a Represa do Itaim, que chegou a secar no ano passado, jorrou água por cima da barragem. O acumulado de chuvas em fevereiro chegou a 213,8 mm, para uma média de 151,4 mm neste mês. As outras represas operam com 85% da capacidade. Apesar disso, a concessionária mantém campanhas para economia de água. Uma nova adutora que deve operar em março vai acrescentar 280 litros por segundo - 40% a mais que hoje - no sistema de tratamento de água da cidade.
O Rio Piracicaba, um dos mais belos rios do interior, que no ano passado amargou seca histórica, estava com vazão de 483,67 metros cúbicos por segundo na tarde desta quarta-feira, segundo a rede de telemetria do Consórcio PCJ. É a maior vazão registrada desde 2013 e mais que o dobro da medição do dia anterior, quando o rio atingiu 170,01 m3/s. No auge da crise hídrica, o Piracicaba chegou a ter vazão de apenas 7 metros cúbicos por segundo e o salto, principal atração turística da cidade, virou um amontoado de pedras.
Nesta quarta-feira, as águas despencavam com estrondo da cachoeira e estavam a trinta centímetros de alagar a Rua do Porto, na região do Beira-Rio. As várzeas do distrito de Artemis, na zona rural, amanheceram alagadas. A vazão do Piracicaba, na passagem pelo distrito, era de 760,04 m3/s. Mais adiante, em Anhembi, o Piracicaba deságua no Rio Tietê, na região do Médio Tietê.
Os rios das bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), sob influência do Sistema Cantareira, também voltaram a apresentar aumento nas vazões nesta quarta-feira. O Rio Jaguari, que na terça-feira estava com 16,45 m3/s em Jaguariúna, subiu para 35,42 m3/s em medição registrada às 16h10 pelo Consórcio PCJ. O Rio Camanducaia subiu de 30,15 para 74,21 m3/s em Jaguariúna..