Sem saber como está Andreas atualmente, Suzane insiste ter consciência do mal que causou, mas que sente falta dele. "Eu sei que causei muito mal. E queria que ele pudesse me perdoar e estivesse presente novamente", disse. A última vez que soube notícias de Andreas foi no julgamento referente à herança, estimada em R$ 10 milhões, a qual ela recusou.
O júri popular concluiu que Suzane, Daniel e Christian Cravinhos plenajaram a morte Manfred e Marísia. Condenada a 39 anos de reclusão, ela admite que sofre por não ser uma situação fácil de lidar - tanto pela prisão, quanto pela saudade.
Embora esteja presa, ela conta que ainda tem sonhos. "Quero voltar a estudar, mas dessa vez não seria direito e sim administração, para colocar em prática o que aprendi na prisão. Tenho vontade de fazer administração, porque quero costurar também lá fora”. Suzane trabalha na oficina de costura da Penitenciária produzindo uniformes de funcionários do local.
Com um salário de aproximadamente R$ 600 por mês, ela gasta com produtos de higiene pessoal, como shampoo, condicionador, desodorante, e confessa que também compra chocolate e biscoito. Antes da prisão, Suzane nunca havia trabalhado, e admite ter aprendido a organizar as finanças, principalmente pensando no futuro. ”Dentro da cadeia eu aprendi a trabalhar, a dar valor ao salário. Tenho responsabilidade por esse dinheiro”, justifica.
Na época do crime, Suzane namorava Daniel Cravinhos, relação que não era aceita pelos pais. Ela assume que, além das drogas, o que a desestabilizou e a estimulou a cometer os crimes foi o amor e a paixão que sentia por ele. "Ele foi o meu primeiro e único relacionamento. Não tinha olhos para outra pessoa", recorda. Segundo ela, a educação dentro da casa dos pais sempre foi muito rígida e com o ex-namorado não tinha uma rotina.
A detenta assume que planejou o crime meses antes do dia da execução. Apesar de confessar a sua parte, ela diz que se arrependeu de conhecer os irmãos Cravinhos e de se relacionar com Daniel. “Não posso falar que a culpa é só deles, porque quando um não quer, dois não fazem. Mas, mas se fosse hoje, eu faria tudo diferente”, finaliza.
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