Rio de Janeiro, 26 - Apreendido pela polícia do Rio após cometer um delito, um adolescente que, embora registrado como homem, se apresenta e se veste como mulher, foi encaminhado, por ordem judicial, a um centro de ressocialização para mulheres. A chegada do jovem, na última terça-feira, gerou polêmica entre internas e funcionários do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), órgão do governo estadual responsável pela unidade.
Para preservar o interno, o Degase não informa nome, idade e delito cometido. O adolescente foi levado ao Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (Criaad) de Ricardo de Albuquerque, na zona norte, o que gerou dúvidas quanto ao local de dormir e ao relacionamento com as internas. Apesar da polêmica, os funcionários reconhecem que, se fosse internado com homens, o travesti seria submetido a humilhações e correria riscos.
Em nota, o Degase afirma que "há uma equipe capacitada da Coordenação de Saúde do Novo Degase, com psicólogos e assistentes sociais, que estão oferecendo o suporte necessário para garantir os direitos do jovem". O órgão diz ainda que "promove, constantemente, por meio da Escola de Gestão Socioeducativa Paulo Freire, capacitações com os servidores, debatendo a questão da sexualidade entre os adolescentes em conflito com a lei. O objetivo é preparar os funcionários para atender todos os jovens, independente da opção sexual".