O soldado prestava retaguarda para um grupo de cinco policiais, que, juntos, teriam mentido em depoimento à polícia. Quatro deles vão responder por falso testemunho e prevaricação, e um deles, Walter Saldanha Correia Júnior, apontado como autor do disparo que vitimou DG, responderá por homicídio doloso qualificado.
De acordo com o delegado Gilberto Ribeiro, da 13ª Delegacia de Polícia (Ipanema), além de não ter mentido em seu depoimento, Valadão forneceu peças fundamentais para que o caso fosse solucionado. Foi ele que disse ter ouvido do soldado Walter Saldanha, momentos depois da ação, que ele tinha "acertado um ganso". O "ganso" era DG.
O policial foi transferido porque estaria sofrendo represália de colegas. Ao todo, sete policiais foram indiciados no inquérito. Além dos cinco que participaram da incursão na comunidade, dois policiais que encontraram o corpo de DG no dia seguinte à sua morte vão responder por falso testemunho e prevaricação por terem mentido para os investigadores em depoimento.
Investigações
O inquérito foi entregue nesta quarta-feira, 4, ao Ministério Público Estadual.
"Eles tiveram o dolo de matar e sabiam que, naquela posição, a vítima não oferecia risco algum", disse Ribeiro, que pediu para o Ministério Público requerer à Justiça a prisão preventiva de Correia Júnior por homicídio doloso qualificado.
Segundo as investigações, o tiro que matou DG foi disparado de baixo para cima. Correia Júnior e quatro PMs estavam sob um prédio na favela. No quarto andar, sobre um beiral da janela, o dançarino se protegia do tiroteio. A movimentação de DG teria feito com que parte do beiral desabasse. Os policiais teriam pensado que fosse uma bomba.
Foi quando, segundo o inquérito, o PM atirou. Nenhum dos policiais indiciados mencionou o disparo em depoimento. Foram descartadas pelo delegado as hipóteses de tortura ou execução..