Os títulos, os Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), permitem que seus proprietários construam imóveis com metragens acima das liberadas pelas leis de zoneamento. São eles que possibilitam o crescimento de uma região. Na prática, para o setor imobiliário, esses títulos deixam um terreno mais produtivo, pois é possível construir torres mais altas, com mais unidades.
Os Cepacs negociados permitiriam exploração maior de Lapa, Barra Funda e Perdizes. A Prefeitura ofereceu 50 mil títulos para potencializar terrenos residenciais, ao preço de R$ 1.548 cada, e 8 mil títulos para imóveis não residenciais, por R$ 1.769 cada.
A expectativa era de que a arrecadação ultrapassasse R$ 105 milhões. Iniciado o leilão, entretanto, os títulos continuaram na prateleira. A Bovespa registrou apenas dez transações, com 6 mil títulos residenciais, pelo preço original. Somada, a arrecadação foi de R$ 9,3 milhões.
O humor do setor da construção civil já era um temor de parte do primeiro escalão da gestão Haddad, que conta com essa verba para viabilizar obras de parte de uma de suas promessas de campanha, o Arco do Futuro, conjunto de ações de revitalização da Marginal do Tietê.
Segundo pesquisa do Secovi, sindicato da habitação, a capital vive um momento de estoques cheios, o que freia novos investimentos. Em janeiro, foram lançadas 31,7 mil unidades na cidade, mas comercializadas apenas 21,6 mil.
A Prefeitura pode fazer novos leilões a qualquer momento. No total, a Operação Urbana Água Branca prevê arrecadar até R$ 1 bilhão - a Prefeitura determinou que a operação terá 3,7 milhões de Cepacs.
Destino
O dinheiro será usado para obras de drenagem, aterramento de fios, melhoria do trânsito e uma nova ponte, interligando Lapa e Pirituba. Há ainda previsão de construção de cerca de 700 unidades de habitação de interesse social.
Procurada, a Prefeitura disse que não foi informada oficialmente sobre o resultado do leilão e preferiu não se manifestar.
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..