De acordo com as investigações da polícia, houve premeditação do crime. Michele Bispo dos Santos, 25 anos, fingia uma gravidez há nove meses e contou à família que daria à luz em breve; simulou dores constantes no últimos dias. “Ela negou o assassinato até o último minuto. Não esboçou nenhum tipo de arrependimento durante o interrogatório, mas sim bastante frieza”, destaca o delegado Michael Mendes Paes, responsável pelo caso.
A aproximação de Michele com a vítima começou dois dias antes do crime, em um posto de saúde. A manicure disse à adolescente que havia ganhado muitos presentes no chá de bebê que fez para o filho e ofereceu doar parte do material.
“Em determinado momento, Michele aproveitou a distração de Bruna e a golpeou com várias marretadas. Em seguida, colocou o corpo em sacos de lixo e se desfez da arma e do celular da vítima”, descreve Paes. Preocupados com a demora da filha, os familiares dela foram até a delegacia.
Despistando a família
Os pais de Bruna relataram que uma mulher esteve na casa deles horas depois da saída da filha, para entregar roupas de bebê. Ela afirmou que combinou uma visita com a adolescente, mas a jovem não apareceu. A mulher era Michele, em tentativa de despistar a família da vítima. Com o depoimento dos familiares, a polícia chegou à residência da suspeita.
Os investigadores concluíram que após matar Bruna, Michele pediu para que uma vizinha cuidasse do bebê, pois ela iria ao mercado comprar leite em pó. O crime ocorreu na última sexta-feira (12/3), pela manhã e o corpo foi encontrado a noite. A polícia encontrou a marreta e o celular no domingo (15/3) e os últimos depoimentos foram colhidos nesta segunda-feira (16/3).
Bruna havia dado à luz há 20 dias. Ela era casada e morava com o companheiro, na casa dos pais. Por meio de outros depoimentos, o delegado Paes confirmou que Michele abordou duas mulheres antes de conhecer Bruna, na tentativa de roubar um bebê. “Como o prazo da gravidez chegava ao fim, ela criou este plano para continuar com a mentira”, presume Paes.
O marido de Michele afirmou que ela não tinha problemas psicológicos, mas chegou a ser acusada de roubo quando trabalhou como diarista. A manicure vai responder pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e subtração de incapaz.